terça-feira, 25 de julho de 2017

A Burocracia das Empresas Está Criando Empregados Medíocres

Antes de decidir ser um blogueiro, eu lia esporadicamente alguns blogs e eventualmente passei a acompanhar mais de perto um ou outro. Percebi então que alguns blogueiros postam uma vez por mês, outros 4 vezes por mês, e outros 3 vezes por semana, e esse fato por si só é algo a que eu nunca havia me atentado, era simplesmente um número relacionado à vontade de o blogueiro escrever ou não.

Entretanto, após criar meu blog e me tornar oficialmente um blogueiro, pude sentir na pele o quão difícil é fazer postagens regulares e de qualidade, o esforço criativo é enorme! Eu tiro o chapéu para os blogs que estão por ai, duradouros e consolidados, não só na blogosfera de finanças, mas em qualquer outro nicho. É justamente sobre o esforço criativo que vou focar nessa postagem, pois, nos tempos modernos, pelo menos no Brasil, temos a seguinte situação:

A criatividade é completamente sufocada pelas empresas e também pelas escolas.

Não estou falando de supermercados de favela ou escolas de periferia, mas de grandes companhias e escolas de elite. São empresas que embora gigantes, tem uma cultura organizacional que repele a criatividade e inovação.

COMO AS EMPRESAS ENTERRAM A INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE DOS EMPREGADOS


Semana passada aconteceu uma situação peculiar no meu trabalho, não foi diretamente comigo mas fui testemunha ocular. Uma determinada pessoa de nível Operacional, vamos chamar de nível 1, identificou uma situação que, na opinião dela, era uma falha relevante e deveria ser corrigida. Após analisar e reanalisar a situação para ter certeza do que ela havia identificado, resolveu levar o fato ao conhecimento de seu superior, Gerente nível 2.

Após um longo debate sobre a relevância ou não daquele fato, quais medidas poderiam ser tomadas e quem seriam os responsáveis por adotar tais medidas, decidiu-se que sim, era uma situação que merecia tratamento, mas que para isso deveriam consultar o Coordenador, nível 3, que estava de férias e retornaria em 3 dias.

Ao retornar de férias, o Coordenador nível 3 começou o processo de "atualização" do que havia acontecido em sua ausência e dentre os diversos assuntos em pauta, estava a tal situação e, como de se esperar, aconteceu o mesmo debate: relevância, medidas, responsáveis, etc. A conclusão foi uma "tendência" para se decidir adotar alguma ação em relação a essa situação, mas, para isso, deveria ser consultado o Diretor nível 4.

Então, o Coordenador nível 3 e o Gerente nível 2 conseguiram uma agenda com o Diretor nível 4, oportunidade em que fizeram novamente toda a exposição da situação e, finalmente, a decisão definitiva do Diretor foi a seguinte: Esse não é um assunto importante no momento e não merece a atenção da equipe.

Veja como uma situação como essa, que de certa forma é cotidiana no mundo corporativo, pode nos dar algumas lições.

A EXCESSIVA VERTICALIZAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES ENGESSA A INOVAÇÃO


Na situação narrada, o Operacional nível 1 identificou uma oportunidade de melhoria que julgou relevante, e, considerando que é essa pessoa que está no dia a dia daquela operação, certamente a sua opinião deve ser levada em consideração. Veja que ele poderia simplesmente ter se restringido a fazer apenas a sua parte, esperar o fim do expediente e ir pra casa com a cabeça tranquila, mas ao invés disso essa pessoa decidiu sair da sua zona de conforto e se aprofundou em uma situação que ela julgou que poderia trazer benefícios para a organização.

Quem chefia equipes sabe o quão difícil é encontrar pessoas que conseguem enxergar além das suas atribuições, que querem fazer além do feijão com arroz, que estão verdadeiramente engajadas com a missão do negócio. Entretanto, no fim das contas, após passar por diversas instâncias decisórias, a ideia morreu na mesa de um Diretor que, na prática, está muito longe dos fatos que seriam tratados e não tem a melhor sensibilidade da situação posta.

Embora essa tenha sido uma situação pontual, certamente já aconteceu antes e certamente ainda irá acontecer novamente e a recorrência de episódios como esse causa o seguinte: o empregado Operacional nível 1 não terá mais estímulos para propor melhorias nos produtos/processos uma vez que qualquer ideia passa por uma enorme cadeia decisória e que a decisão final é de alguém que está longe do processo e não tem a sensibilidade para lidar com aquela situação.

Dessa forma, não vale a pena o Operacional nível 1 (ou mesmo o Gerente nível 2) "se queimar" propondo projetos inovadores que provavelmente não serão aprovados. Afinal, tanto o Operacional como o Gerente tem muito trabalho a fazer, se eles ficarem com essa "besteira" de propor inovações na empresa, não vai sobrar tempo para cumprir a suas obrigações, o seu feijão com arroz.

A FALTA DE AUTONOMIA DESTRÓI A CRIATIVIDADE


A falta de autonomia é diretamente relacionada à verticalização das empresas tradicionais. O empregado operacional tem poder decisório muito baixo, quase nulo, e olhe que não estou falando de peões de fábrica, estou falando de empregados operacionais de alto nível. As organizações tradicionais mantém o processo decisório alheio aos empregados operacionais, criando estruturas hierárquicas que tornam a tomada de decisão lenta e distante da grande massa de colaboradores. O que se tem na prática, guardadas as devidas proporções, são grandes companhias, com pessoal extremamente qualificado, mas que gere as pessoas como se fosse um canteiro de obras cheio de peões ignorantes e inaptos a fazerem algo que fuja do seu habitual.

Quem não gostaria de se sentir responsável por uma mudança ou inovação que agregou valor à organização e/ou trouxe benefícios de uma forma geral, seja financeiro ou não financeiro? Todo mundo! Todos querem se sentir úteis, se sentir importantes, se sentir parte de algo maior. Isso gera engajamento dos funcionários com a missão da organização, estimula-os a serem cada vez mais criativos e a expressarem suas ideias.

Entretanto, o que as empresas fazem? Deixam que todo o processo decisório (e os créditos por decisões bem tomadas) fique na mão de um Diretor/Gerente/Coordenador "fodão" que mata no peito e decide tudo, esperando que os demais empregados que estão nas trincheiras inferiores da hierarquia se sintam representados.

Muitas empresas dizem que promovem a comunicação em relação à tomada de decisão e acham que isso é suficiente. Na verdade o que engaja as pessoas não é comunicá-las sobre as decisões tomadas, mas sim envolvê-las no processo decisório.

OU SE ASSUME A MORTE CRIATIVA OU ENCONTRA-SE UMA SAÍDA


Quem trabalha em organizações que adotam essa cultura sabe que isso no longo prazo vai levando a mente para um estado vegetativo, em que se acostuma a fazer apenas aquilo que é habitual, sem nunca ousar ou pensar em fazer de forma diferente. É apenas entregar as metas pactuadas no prazo pactuado, é pensar apenas no quantitativo renegando o qualitativo.

Para evitar que fiquemos com o cérebro viciado, com a mente preguiçosa, e viremos Homer Simpsons (como diria William Bonner) vislumbro 3 soluções para esse dilema:

1) Ser o chato insistente dentro da empresa
Para uma pessoa criativa e inovadora e que sempre está enxergando soluções e oportunidades de melhorias, trabalhar numa empresa engessada pode ser um martírio. Entretanto, mesmo na mais engessada companhia há espaço para a inovação, às vezes existem determinados departamentos ou gestores mais aberto a isso, a questão é cultivar o networking, buscar os melhores espaços e persistir nas tentativas.

2) Empreender
Quando se decide empreender, o céu é o limite para a criatividade, aliás, a criatividade é fundamental para um empreendedor pois a gama de situações de mudança a que um negócio está sujeito é infinita, é preciso sempre estar pensando em soluções criativas e enxergando alguns passos a frente. Muitas vezes a necessidade que uma pessoa sente de empreender decorre justamente da vontade de poder permitir ser criativo e tomar decisões baseadas nisso.

3) Buscar uma válvula de escape
Para evitar cultivar um cérebro preguiçoso, é preciso sempre colocá-lo para trabalhar. Se no ambiente corporativo a proposição de ideias e soluções criativas ou inovadoras não é bem aceita, pode-se buscar um outro modo, fora do trabalho, de externar a criatividade, escrevendo um blog por exemplo, criando um canal no youtube, escrevendo um livro, desenhando, etc. Eu, por exemplo, acho a atividade de escrever posts aqui para o blog um grande exercício de criatividade.

CONCLUSÃO


Grande parte das organizações tradicionais (sejam públicas ou privadas) adotam uma estrutura organizacional verticalizada, que contribui para a manutenção de uma cultura organizacional que inibe a criatividade e inovação entre os empregados. Empresas como essa acabam formando empregados com cérebro num eterno estado de inércia, preguiça e conformismo, os mesmos que serão demitidos para dar lugar a gente "jovem e cheia de ideias".

Mas esse problema não é só das empresas, ele nasce bem antes, nas escolas. Sobre isso, vou deixar a seguir um vídeo de uma palestra muito interessante feita pelo Murilo Gun, vale a pena assistir!

Abraços,

Ministro


terça-feira, 18 de julho de 2017

Os 3 Grandes "Buracos" do Nosso Orçamento Pessoal


Esses dias estava navegando aleatoriamente pela Blogosfera, pulando de blog em blog, lendo artigos muito interessantes, comentando em alguns, adicionando parceiros no meu blogroll, enfim, essas coisas que sempre fazemos e que é muito mais saudável do que acompanhar o feed do Facebook, Instagram, Snapchat, Whatsapp Status, Twitter, Linkedin, Google+, Orkut, MSN, mIRC, etc.

Nessa navegação, me deparei com um artigo muito interessante do blog Clube dos Poupadores, intitulado “Para onde vai 75% da sua renda”. Esse artigo faz uma análise crítica de uma pesquisa feita pelo IBGE entre 2008 e 2009 que aborda aspectos relacionados aos rendimentos, despesas e condições de vida do brasileiro. A pesquisa não é tão recente, então acredito que os números absolutos não são de muita valia, entretanto, os padrões de consumo em termos relativos não devem ter mudado tanto de lá pra cá.

A grande questão é que a pesquisa constatou que as famílias brasileiras gastam em média, 75% de sua renda em três rubricas: habitação (35,9%), alimentação (19,8%) e transporte (19,6%).

Essas três categorias de despesa são certamente as mais básicas de um cidadão comum. Para fechar o quadrilátero do que é essencial, eu adicionaria as despesas relacionadas à “Assistência de Saúde”, que a mesma pesquisa atestou que o brasileiro gasta, em média, 7,2% do orçamento nessa rubrica.

Para “validar” essa pesquisa resolvi fazer uma comparação com o meu orçamento mensal e, como previsto, as três categorias de despesa citadas (habitação, transporte e alimentação) são as que têm maior peso no meu orçamento, relativamente à minha renda líquida. O meu resultado foi o seguinte:

Despesas com Habitação: 26%
Despesas com Transporte: 6%
Despesas com Alimentação: 9%

À priori, estou com gastos bem abaixo da média brasileira, e olha que eu acho que tenho um padrão de vida muito bom e poderia ser bem mais frugal. Logicamente que o nível de renda influencia muito esses números, uma vez que esses percentuais tendem a ser mais pesados para as faixas menores de renda. Também tem a questão do custo de vida de cada cidade, quem mora no interior ou em capitais mais "baratas" (não é meu caso) tem vantagem nesse aspecto.

Para que você possa fazer levantamento semelhante, foram utilizados os seguintes parâmetros:

Habitação: Aluguel, prestação financiamento do imóvel, aluguel não monetário*, condomínio, IPTU, energia, telefonia (fixo e celular), TV, internet, gás, água, serviços domésticos (faxineira, passadeira, jardinagem, etc).
*Aluguel não monetário: para aqueles que tem imóvel próprio quitado, considera-se aluguel não monetário o valor que você pagaria caso você morasse de aluguel no seu imóvel. A ideia é que esse é o dinheiro que você está abrindo mão de ganhar por morar no seu imóvel.
Transporte: tarifas de transporte público de qualquer espécie (ônibus, táxi, metrô, uber, etc), combustível, aquisição de veículo (parcela de financiamento, por exemplo),  manutenção de veículo, IPVA, seguro veículo, DPVAT, estacionamento, viagens esporádicas (passagens aéreas e de ônibus).
Alimentação: todo tipo de alimento comprado para consumo dentro e fora de casa, ou seja supermercado, padaria, frigorífico, restaurante, lanches, bares, etc.

Analisando-se as despesas que se inserem dentro dessas categorias fica fácil perceber que é justamente nelas em que o brasileiro médio perde a mão no que concerne ao orçamento pessoal.

Morar em um imóvel mais robusto do que se pode pagar, ter empregada(s) doméstica quando não se pode dar esse luxo, esbanjar super pacotes de TV e internet, comprar um carro mais luxuoso do que seu orçamento permite (o que traz consigo o aumento de outros gastos como combustível e impostos), fazer super viagens para postar nas redes sociais, almoçar todo dia em restaurantes caros, comer fora de casa habitualmente por preguiça de cozinhar, etc.

Além de toda a tentação inerente a esses itens de consumo, o brasileiro muitas vezes é iludido por compras parceladas. Outro dia ouvi a conversa de dois vigilantes de onde trabalho e um deles comentava que a aquisição de determinado bem teria sido vantajosa pois ele ficou com "uma parcela boa". Ou seja, o cidadão pensa só na parcela que pagará mensalmente, sem se preocupar com o valor total que pagará pelo bem adicionando-se os juros.

Família brasileira comemorando a compra do carrão e a viagem pra Disney

Logicamente que não devemos cortar indiscriminadamente despesas relacionadas a habitação, transporte e alimentação, afinal quem não quer morar num lugar confortável, ter um carro que lhe satisfaça, e poder ir de vez em quando em bons restaurantes com amigos/namorada/esposa/filhos. Não acredito que ninguém sensato vá se mudar para a favela, andar 10 km a pé por dia para trabalhar, e comprar comida vencida só para economizar gastos. A questão é que esses gastos devem ser equilibrados com a realidade do orçamento pessoal de cada indivíduo, pois são essas despesas as grandes vilãs dos aportes!

Eu, por exemplo, acho que o meu gasto com habitação (26% da minha renda líquida) poderia ser menor, entretanto esse meu padrão atual está bom para mim. Não é nada luxuoso mas também não é humilde, é um patamar que me deixa muito satisfeito e está acima da média do brasileiro comum. Fazendo aqui uma simulação, caso eu necessitasse, conseguiria baixar esse percentual para 20% no curto/médio prazo, sem uma perda tão significativa de padrão de vida, mas não é algo que vejo necessidade de fazer.

E, logicamente, como destaquei nesse artigo, a diminuição dos percentuais de despesa em relação à renda pode se dar não só com cortes de gastos (que é geralmente uma solução mais fácil e imediata), mas também com o aumento de receitas.

E você, tem um orçamento equilibrado em relação à habitação, transporte e alimentação?

Abraços,


Ministro

terça-feira, 11 de julho de 2017

Morar Com os Pais Pode Dar Prejuízo



Não é segredo pra ninguém que hoje vivemos a era em que os filhos estão prolongando a fase de “morar com os pais” mesmo adquirindo poderio financeiro para morarem sozinhos, é a chamada "Geração Canguru". Navegando na internet vi uma pesquisa de 2012 feita pelo IBGE que constata que 25% dos jovens de 25 a 34 anos ainda moram com os pais. Hoje esse número deve ser maior ainda. A justificativa é, geralmente, a economia financeira, o apego emocional, ou mesmo a comodidade de ter "casa, comida e roupa lavada". 

Também temos casos em que os próprios pais fazem de tudo para os filhos não “abrirem as asas”, tomo como exemplo um primo meu, que está juntando uma grana pra morar sozinho e, ao saber disso, sua mãe o encheu de mimos e até ofereceu pagar pra ele uma passagem pra passar férias na Europa (para que ele gastasse lá o dinheiro que havia juntado).

Analisando friamente, é lógico que morar com os pais parece uma solução melhor, afinal, morar sozinho (ou mesmo dividindo apto com amigos/esposa) demanda muito mais responsabilidade e gastos. Observando aqui meu orçamento mensal e fazendo um cálculo grotesco, eu estimo que, com minha renda atual, se eu morasse com meus pais e fosse um encostado que não ajuda nada em casa, ou mesmo que desse aquela ajudinha protocolar, eu economizaria de R$ 3 a 4 mil por mês. É um valor razoável, que daria uma boa alavancada nos meus aportes e encurtaria o atingimento da independência financeira.

Entretanto tem uma questão que é muito pouco abordada a respeito desse tema e tem potencial de mudar completamente a vida daqueles que optam por permanecer na asa de seus progenitores: o vínculo ao molde dos pais.

Nossos pais são responsáveis por grande parte da realidade que nos cerca.

Nosso entendimento de mundo, nossa ideia do que é certo ou errado, do que é possível ou impossível, é criada principalmente na nossa infância/adolescência e é moldada por figuras de autoridade na nossa vida, como professores e, principalmente, nossos pais. Pare um pouco pra pensar na sua vida e na vida das pessoas próximas, o caminho mais natural é o filho trilhar trajetória parecida com o dos pais. Filhos de empresários geralmente viram empresários, filhos de servidores públicos geralmente viram servidores públicos, filhos de médico geralmente viram médicos, filhos de pobre geralmente continuam pobres e filhos de rico geralmente acabam por também enriquecer. Não estou falando de herança ou falta/abundância de oportunidades, estou falando de mentalidade.

Apesar dos nosso pais serem nosso modelo, pro bem ou pro mal, chega um momento da nossa vida que nós conseguimos pensar racionalmente e nos damos conta que eles não são super-heróis, são pessoas comuns, como eu e você, que ralaram pra criar seus filhos, que também tem seus dilemas e dificuldades, e que também cometem erros. Sempre que nos dá esse “estalo” o pensamento natural é que vamos ser “mais” que nossos pais, que temos que ir além. Ai que está o ponto onde quero chegar nesse post.

Ao se optar por continuar vivendo na casa dos pais - apesar de muitos pensarem que são independentes, pois ganham o próprio salário, ajudam em casa, não pedem dinheiro aos pais, só ficam ali no seu quarto -, a verdade é que estando ali morando na casa deles, de uma forma ou outra, se está sujeito a autoridade e influência deles, até mesmo no seu tão restrito e privado quarto (que, afinal, é propriedade deles!).

Não que isso seja ruim, tenho certeza que a maioria das pessoas tiveram bons pais, eu também tive, mas estando sob a influência e autoridade deles estamos, inconscientemente, nos limitando às suas regras e aos seus padrões comportamentais, em relação à tudo: política, religião, comportamento, relacionamento e, logicamente, finanças. Se já é difícil, estando longe dos pais, conseguir sair de dentro dos limites mentais impostos por anos de criação, imagine para quem continua morando com os “velhos”.

Por isso que no título do post eu destaquei que morar com os pais pode dar prejuízo, pois ao se sujeitar às fronteiras impostas por eles, mesmo que subliminarmente, você pode estar se sabotando financeiramente a longo prazo. Embora morar com os pais pareça uma economia no presente, pensando no longo prazo pode ser um grande prejuízo, considerando tanto no lado da receita como da despesa. Você, inconscientemente, pode estar ganhando menos do que poderia e gastando mais do que deveria. Além disso, para os mais acomodados, sempre será muito conveniente colocar a culpa dos seus fracassos nos pais.

Por mais amorosos que sejam, nossos pais nos colocam amarras que precisamos, algum dia, quebrar

É só depois que saímos da casa dos pais que conseguimos enxergar com mais clareza quais atitudes e comportamentos deles nós queremos evitar e em quais nós queremos nos espelhar. É aí que começamos a realmente a conhecer nosso verdadeiro potencial, moldar nossa própria personalidade e sair, se assim for desejável, dos limites mentais nos impostos em nossa criação. Tornamo-nos verdadeiramente responsáveis por nossas escolhas, colhendo resultados bons ou ruins, e isso traz um crescimento gigante.

Vou fechar o post com um trecho do livro “Os Segredos da Mente Milionária”:

“Você precisa acreditar que é você mesmo quem conquista o seu próprio êxito, que é você mesmo quem promove a sua própria mediocridade e que é você mesmo quem estabelece a sua própria batalha pelo dinheiro e pelo sucesso. Consciente ou inconscientemente, sempre se trata de você”.

Abraços,

Ministro

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Drops do Ministro: Inversão de Valores dos Pais e Viagem Para o Futuro


Eu geralmente gosto de escrever aqui no Blog quando tenho algum assunto interessante para desenvolver um post um pouco mais elaborado, que permita algum tipo de discussão interessante. Entretanto vez ou outra acontecem fatos no nosso dia a dia que por mais simples e pontuais que possam parecer, nos dão lições importantes.
Resolvi então fazer esse post com alguns “drops” acerca de fatos interessantes que testemunhei recentemente. Na verdade eu podia fazer um post mais elaborado sobre esses dois assuntos específicos, mas realmente não é algo que meu instigou nesse momento, mas não pude deixar de fazer o registro.

Drop nº 1 – Inversão de Valores dos Pais

Tenho certeza que todo mundo já viu a charge acima ou alguma parecida.
Ela retrata a inversão de valores dos pais de hoje em dia, que criam seus filhos de forma super protetora, como se fossem eternos bebês, e o resultado são jovens mimados que acham que são merecedores de toda a sorte e abundância do mundo.
Pois bem, eu pessoalmente nunca tinha presenciado uma situação como essa, até por que não tenho convívio com o meio escolar, onde deve rolar muito isso. Entretanto esses dias tive uma amostra dessa realidade.
Uma colega de trabalho, que senta próximo a mim, fez uma ligação para o colégio do filho e, embora, a princípio, eu não tivesse nenhum interesse em tomar conhecimento dessa conversa, a referida colega tem dificuldades em usar um tom de voz moderado, de forma que foi impossível não ouvir toda a ligação.
Nessa ligação, a colega (que deve ter uns 40 e poucos anos), tentava localizar o coordenador do colégio do filho com o objetivo de entregar um recurso para uma nota que o garoto tirou numa prova, detalhe, o “menino” cursa a 9ª série, ou seja, deve ter uns 14 ou 15 anos. Na ligação ela esbravejava com uma secretaria dizendo que já tentara várias vezes entregar esse recurso para o referido coordenador e não teria conseguido.
Quando eu ouvi essa conversa, fiz um paralelo com a minha época de 9ª série, na verdade nem existia 9ª série, ainda era a 8ª série. Esse ano foi particularmente interessante na minha trajetória escolar pois foi o primeiro ano em que fiquei de recuperação no colégio (e repetiria esse feito nos anos seguintes, mas nunca fui reprovado de ano). Nessa época, se eu tirava uma nota baixa, a primeira atitude era tentar achar uma brecha para pedir “uns pontinhos” para o professor, eram os meus argumentos contra os argumentos do professor numa conversa cara a cara, e, obviamente, o professor sempre tinha a palavra final, as vezes cedendo, e na maior parte das vezes não. E se eu tirava nota baixa, não fazia a menor questão que meus pais tomassem conhecimento disso.
Hoje em dia o aluno tira nota baixa, coloca a culpa no professor e ainda recorre aos pais para entrarem com um recurso junto ao coordenador. Que tipo de educação é essa?

Drop nº 2 – Viagem Para o Futuro

Todo mundo de vez em quando tem algumas sensações ou percepções estranhas difíceis de explicar como ocorreram. Já aconteceu algumas vezes comigo (não muitas) a sensação de estar “se observando”, como se eu fosse um ente externo, observando a mim mesmo, como se, por um instante, eu saísse daquele momento presente e ficasse apenas observando meu “eu” agir. Nas vezes que isso aconteceu deu-se enquanto eu dirigia distraído e foi coisa de poucos segundos.
Recentemente aconteceu isso comigo, mas foi um pouco diferente. Eu estava dirigindo, distraído, e rolou essa percepção de que eu era um observador externo, mas a diferença é que bateu uma sensação como se aquilo que eu estava observando (eu dirigindo) fosse o meu passado e o meu “eu externo” estaria em alguma época no futuro. Assim, meu “eu externo” refletia criticamente se o que eu estava fazendo nessa época da minha vida (o meu presente atual) era o melhor que eu poderia fazer, se os caminhos que segui e estou seguindo são os que irão me levar aos melhores destinos.
Essa é uma reflexão e tanto! Será que daqui há 20 anos, quando pensarmos o que era nossa vida em 2017 teremos orgulho disso?
Obs: Não consumo nem nunca consumi drogas ilícitas. Apesar de hoje em dia estar na moda ser maconheiro, a única droga que consumi na minha vida é álcool, sendo a modalidade mais pesada a cachaça Ypióca. Nunca sequer experimentei cigarro de qualquer tipo, nem aqueles narguilés ridículos.
Por hoje é isso! Em breve escreverei um post sobre minha perda da virgindade na bolsa de valores (sim, finalmente aconteceu) e como eu comecei fazendo merda =D
Abraços,

Ministro

terça-feira, 4 de julho de 2017

Atualização Patrimonial Junho/2017: R$ 197.851,18 (+2,01%)



Então chegou o momento de mais um fechamento mensal!

Esse mês de junho estive um pouco ausente do blog e da blogosfera por basicamente dois motivos: em metade do mês eu trabalhei incessantemente para fechar um determinado projeto dentro do prazo e na outra metade do mês estive de férias!

Férias tem de dois tipos: a que você descansa e a que você se cansa mais ainda. Geralmente quando se viaja a turismo a tendência é curtir mas também se cansar bastante: na correria de planejar itinerários, controlar os custos, bater perna, conhecer o maior número de lugares possíveis, etc, acabamos por ficar esgotados. Entretanto, essas minhas férias, apesar de não terem sido em casa, podem ser consideradas do tipo “descanso” pois fui para um lugar que também posso chamar de casa.

O bom desse tipo de férias é que ao se desligar da rotina de trabalho, abrimos a cabeça para novais ideias e insights. Tive muitas ideias de assuntos para escrever aqui no blog, mas optei apenas por registrar os tópicos no Evernote e deixar para desenvolver os respectivos posts depois. Então provavelmente esse mês teremos alguns assuntos interessantes para discutir aqui.

16 dias de sombra e água fresca
Esse período de férias também me reacendeu uma chama que já tive acesa em outra época mas que acabei não colocando pra frente: ganhar dinheiro na internet. Já tenho uma ideia formada sobre que modelo de negócios vou adotar e espero muito brevemente colocá-lo em prática e ver os resultados acontecerem. Devo fazer um post dando mais detalhes sobre isso. Mas estou aspirando a ganhar dinheiro de verdade, e não trocados com Adsense.

Em relação às finanças, esse mês recebi um super salário, pois acumulou-se o salário normal do mês com adicional de férias e metade do 13º (sem o desconto de IR, que virá só no fim do ano). Que coisa linda é olhar para meu contracheque e ver essas cifras...fico até imaginando como seria ganhar isso todo mês...eu chegaria ao primeiro milhão em uns quatro anos talvez...

Delírios à parte, quando se fala em super salário, também falamos de super aporte! Entretanto não foi o caso. Meu aporte foi até menor do que o planejado para um mês comum. Minha meta é um aporte mensal de R$ 4.000,00 entretanto aportei apenas R$ 3.400,00 em junho. Você deve agora estar se perguntando para onde foi todo o super salário? Sim, é isso mesmo, eu gastei, torrei a grana toda!.

Meu "plus" salarial rapidamente virando cinzas
Mas calma, não gastei com camarotes VIPs, whisky, charutos e mulheres. Gastei eliminando uma dívida! Como adiantei no fechamento do mês passado, aproveitei o salário inflado desse mês para quitar a dívida do meu carro.  Essa operação me economizou quase R$ 3 mil de juros e com a eliminação da prestação poderei fazer aportes maiores nos próximos meses.

Dessa forma posso afirmar que sou quase um "não pagador de juros", pois ainda pago os juros de um imóvel financiado, mas nesse caso pelo menos é um ativo que me gera renda. De qualquer forma, também pretendo quitar essa dívida o quanto antes. Vai demorar um pouco mais que o carro, mas chego lá!


Então vamos aos números do mês! Antes só uma observação: como estava de férias, acabei não tirando tempo para decidir onde alocar o aporte desse mês (pretendia colocar na bolsa), então optei por colocar na poupança e ao longo desse mês penso em um destino melhor.














A barreira dos R$ 200k está muito perto de ser superada, algo que, salvo algum desastre, ocorrerá nesse mês de julho. Apesar disso, ainda não estou confortável com o meu desempenho como investidor. Tudo bem que comecei agora, mas meu desempenho está desprezível. Falo isso baseado na planilha de rendimentos do AdP.

Como relatei no fechamento passado, esse mês eu iria começar a utilizar essa planilha para levantar a rentabilidade dos meus investimentos, e os resultados são os seguintes:










Observa-se que a minha rentabilidade de quando eu era apenas mais um brasileiro na poupança (até abril), foi maior do que quando eu comecei a sair da Matrix financeira, o que, em tese, é um contrassenso. Essa rentabilidade pífia ou até negativa de maio e junho tem nome e sobrenome: Tesouro IPCA. Em relação à isso cabem duas observações:

1) Esse é um prejuízo virtual. Não pretendo vender o título antes do vencimento, apenas se o valor de mercado for superior à rentabilidade acumulada, dessa forma não é um prejuízo que pretendo colocar no meu bolso.

2) Assumo que cometi um erro. Investi uma grande soma (grande em relação à minha atual realidade) de recursos de uma vez só no Tesouro IPCA e acabei pegando um dia em que o título estava pagando uma remuneração baixa. O mais prudente seria ter investido em períodos variados, mitigando esse risco.

No mais é isso, a perspectiva para esse mês é de menos correria no trabalho, aportes maiores e (finalmente) entrar na bolsa. Confesso que a experiência com o TD me deu um medinho de entrar na bolsa, mas nada que seja suficiente para me impedir!

Abraços!

Ministro