terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Depressão Pós Bitcoin


 E ai, tudo certo?

Como este é um blog essencialmente de finanças eu não poderia deixar de falar um pouco sobre as criptomoedas, principalmente a moeda do momento: Bitcoin.

Como todos sabem, a cotação do Bitcoin simplesmente explodiu no último mês. O gráfico de crescimento da moeda é algo assustador, vejam só que depois de patinar por muitos anos, a partir de 2017 a cotação começou a disparar e principalmente a partir do 2º semestre desse ano decolou como um foguete.



De julho pra cá a moeda já se valorizou quase 1.180%. Isso é muito surreal. Eu estou acompanhando esse mundo das finanças há pouco tempo, mas duvido que algum outro tipo de investimento tenha passado por valorização tão astronômica em tão pouco tempo.

E com tamanha alta, a dúvida do momento é? Será que ainda vale a pena investir em bitcoin ou o bonde já passou?

Se eu mostrasse esse gráfico para alguém e dissesse que trata-se da valorização das ações de uma empresa, provavelmente me diriam que isso é uma bolha especulativa, sem sustentabilidade e que vai estourar, pois muito dificilmente uma empresa conseguiria melhorar seus fundamentos e perspectivas de forma tão abrupta para justificar tamanha valorização. Entretanto, como se trata de uma moeda, não há como saber, pode ser que ainda valorize bem mais, pode ser que vire pó.

Quem faz alguma gestão de riscos de seus investimentos está muito temeroso em investir agora, momento de topo histórico, por outro lado, muitos leigos estão entrando em Bitcoin sem pensar duas vezes.

Se vale a pena ainda investir? Eu não sei. O ponto principal desse post é relatar minha breve "não história" com bitcoin, como não fiquei rico com essa moeda e a angústia que isso tem me causado.

Quinta, 31 de dezembro de 2015.

Estava no apartamento de um tia para comemorar o Reveillon. Apartamento bem próximo à praia, muita festa e comemoração. Em conversa com um primo, típico gordo nerd, ele relata que tem uma moeda virtual que está crescendo bastante e que já há casos de gente que comprou por centavos, esqueceu as tais "moedas" guardadas, e anos depois estavam valendo milhares de dólares.

Sinceramente, não dei a menor importância, pra mim era mais um dos papos nerds dele. Na minha cabeça isso era só uma moedinha que esses nerds estavam usando para comprar itens de jogos RPG.

Nessa época, um Bitcoin valia uns R$ 3.000,00

Domingo, 24 de junho de 2017.

Nesse dia saí com alguns amigos para almoçar e beber cerveja. Em algum momento do papo, começamos a falar de dinheiro e investimentos, foi então que surgiu o assunto Bitcoin, que já estava super falado entre os mais ligados em investimentos.

Nessa época eu já cogitava investir alguma coisa em Bitcoin até por que já acompanhava na blogosfera muitos abordando esse assunto, mas lembro que no papo com os amigos, eu falei que a valorização era surreal, que não fazia sentido uma moeda valer tanto, que essa bolha ia estourar, que era pura especulação, etc. Elenquei todos os "contra" que muitos na blogosfera já abordaram várias vezes.

Em pesquisa ao histórico de cotação, vi que nesse dia o Bitcoin fechou avaliado em R$ 9.179,24.

Sexta, 8 de dezembro de 2017.

O Bitcoin já tinha explodido, já era febre, eu eu sinceramente decidi que ia entrar na onda. Muita gente dizendo que a cotação poderia chegar até U$ 100K e que ainda estava barato, decidi que era hora de entrar. Li então que a bolsa de Chicago ia negociar contratos futuros de Bitcoin e pensei: caramba, isso pode ser mais um divisor de águas de valorização.

Entretanto, li muitas opiniões contrárias, muitos dizendo que era bolha, que a negociação de contratos futuros poderia derrubar a cotação, pois ia permitir operar vendido, etc. Acabei desistindo.

Nesse dia a cotação estava em cerca de R$ 50.000,00

Terça, 19 de dezembro de 2017.

Após estrear na Bolsa de Chicago, o Bitcoin está avaliado em mais ou menos R$ 69.000,00.


Depressão Pós Bitcoin


Vendo essas valorizações surreais e a minha hesitação em investir, vejo que perdi valorizações absurdas. Ainda não acredito 100% no futuro do Bitcoin, mas não dá pra fechar os olhos para o número de pessoas que ficaram milionárias sem entender nada de finanças.

Se eu tivesse investido em junho, meus investimentos teriam valorizado 650%. Se eu tivesse investido 10 dias atrás, já teriam valorizado 40%.

É duro pensar que enquanto lutamos para entender os fundamentos de uma empresa ou estudar o potencial de um fundo imobiliário, isso tudo para obter pequenos proventos e valorização de longo prazo, um investimento meio aleatório como uma criptomoeda dá uma valorização, num curto espaço de tempo, que não poderíamos nem sonhar na bolsa de valores.

É meio que uma quebra de paradigma. Dou até o exemplo dos casos de corrupção na Petrobrás. Antes quando se falava de um esquema que desviou R$ 100 milhões, era algo absurdamente grande, depois do Petrolão, nos habituamos a ouvir falar de corrupção na casa dos bilhões. A mesma coisa com o Bitcoin: antes pensar numa valorização de um investimento de 15% em um ano era excelente, agora com o Bitcoin nos habituamos a ver essa valorização em apenas alguns dias.

Eu ainda acredito que todo esse crescimento absurdo do Bitcoin vai frear, até porque por se tratar de uma moeda é preciso ter alguma estabilidade, mas que dá uma depressãozinha por ter perdido o bonde, isso dá.

Ainda temos algumas altcoins que podem despontar, então já está nas metas de 2018 diversificar pelo menos 5% do patrimônio em criptomoedas.

Abraços,

Ministro

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Retrospectiva 2017: Blog "Ministro do Investimento" (7 meses, 30 posts, 16 mil acessos, 674 comentários)



Estamos em dezembro, encerramento do ano, e é hora de fazermos a retrospectiva do ano que passou e avaliar se conseguimos cumprir as metas a que nos propomos, e se conseguimos nos aproximar dos nosso objetivos de vida (se é que temos um rsrs).

Uma das coisas interessantes que me ocorreram em 2017 foi a criação desse blog. Não foi algo planejado, eu já acompanhava a blogosfera de finanças desde 2016 e em algum momento de 2017, após algum tempo flertando com a ideia, resolvi que era hora de criar o meu blog.

O início é a parte mais chata: fazer todas as configurações, criar usuário, criar um nome para o blog, escolher e personalizar um layout, etc. Mas passada essa parte pré-operacional, depois o foco passa a ser no conteúdo, que é a melhor parte.

Minha primeira postagem foi no dia 05 de maio de 2017, com o título "Foi Dada a Largada Para o Milhão" e fique muito feliz com a boa quantidade de comentários de boas vindas que recebi logo de cara.

Uma das minhas principais motivações para criar o blog era me envolver ativamente com a blogosfera, de forma que eu "me obrigasse" a seguir no rumo da independência financeira. Hoje, 7 meses depois, posso dizer que essa estratégia funcionou muito bem: comparando a minha primeira atualização patrimonial (Abril/2017) com a minha última (Novembro/2017) é possível ver uma evolução gigante, talvez não tanto em valores absolutos, mas em diversificação e consciência de onde investir o dinheiro (isso será assunto para outro post de retrospectiva do ano).

Mas o blog não só me tornou mais financeiramente consciente como me inseriu dentro dessa comunidade chamada Blogosfera de Finanças, onde impera um senso de cooperativismo dificilmente visto em outros extratos da sociedade, principalmente quando se trata de dinheiro. Aqui, todo mundo torce pelo outro. Me refiro a todos os participantes da blogosfera, não só os blogueiros como também os Anons. Claro que há exceções, mas são raras

Falando um pouco mais do blog e suas estatísticas, o blog completou agora 7 meses de vida, alcançando os seguintes números:

Foram publicados 30 artigos
Média de 4 artigos por mês

O blog recebeu 16.134 visualizações 
Média de 2.305 visualizações por mês ou 77 visualizações por dia
Média de 538 visualizações por artigo

O blog recebeu 674 comentários
Média de 22 comentários por artigo

O artigo mais comentado foi:
"A Blogosfera Está Disseminando Uma Mentalidade de Pobreza?"
Foram 39 comentários

O artigo mais visto também foi:
 "A Blogosfera Está Disseminando Uma Mentalidade de Pobreza?"
Foram 828 visualizações

Em relação à origem dos visitantes do blog, os Top 3 parceiros são:
1 - Mestre dos Centavos
2 - Finasnferas
3 - Executivo Pobre

Troféu joinha pra vocês!
(O google por enquanto está em 9º lugar como provedor de tráfego para o blog)

Então é isso, comparando com alguns gigantes da blogosfera, que recebem em apenas um dia um número de visualizações que recebo no mês inteiro, ainda estou engatinhando, mas estou muito feliz com os visitantes do blog, tanto em quantidade como em qualidade. O blog sempre recebe comentários muito construtivos que fomentam boas discussões e é praticamente inexistente a presença de haters.

Meu objetivo para 2018 é continuar escrevendo com regularidade artigos que agreguem valor e gerem boas discussões, e, claro, continuar usando o blog como uma ferramenta para alavancar a minha própria vida financeira.

Abraços

Ministro

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Financeiramente Independente e Escravo do Trabalho. Como é Possível?

 
Esse mês tive uma conversa que me levou a uma reflexão interessante, em que percebi que ainda estou engatinhando no que diz respeito aos aspectos não financeiros da independência financeira.

Conversei com um senhor de 62 anos, escrivão da Polícia Federal. Solteirão, barrigudo, mora numa chácara, e é um legítimo Sugar Daddy, pra ele mulher de 30 anos é muito "coroa", ele sustenta umas novinhas GBR (gatinha baixa renda) que em contrapartida lhe oferecem "agrados". Pois bem, mas a questão principal é a seguinte: esse senhor já poderia se aposentar (com salário integral) há tempos (se não me engano a aposentadoria para PF é aos 55 anos). Entretanto ele dizia: "Qual a graça de me aposentar? Ficar em casa sem fazer nada?".

Em relação a esse senhor eu faço até uma ressalva pois a atividade policial é cheia de viagens, emoções, etc, o que acaba viciando a pessoa no trabalho (apesar de o trabalho de escrivão ser a parte mais chata). Entretanto eu conheço outros senhores que trabalham em atividades burocráticas e que também já poderiam se aposentar e entoam o mesmo discurso:  "Qual a graça de me aposentar? Ficar em casa sem fazer nada?".

Para algumas pessoas isso faz todo sentido, muita gente vive a vida quase toda sustentada em dois pilares: emprego e filhos. Entretanto os filhos crescem e vão tocar suas vidas, daí resta só o emprego. É ai que surge esse pensamento que se sair do emprego, a vida se tornará um mar de ócio e tédio.

Outra questão é a de se sentir útil. Todo mundo conhece aquela célebre frase: "o trabalho dignifica o homem". O trabalho é visto como fonte de realização pessoal, como algo que dá sentido à vida. Então ficar sem trabalhar é visto como algo ruim, uma porta de entrada para uma vida improdutiva, entediante e sem graça.

Retrato da alegria do trabalhador brasileiro. Aposentar pra quê?

Diante dessas situações eu comecei a fazer alguns questionamentos pessoais: financeiramente falando estou caminhando em direção à independência financeira, imagino que em algum ponto entre os 40 e 50 anos poderei fazer minha declaração oficial de independência. Ok, eu terei a grana para me declarar independente, mas e ai?

Claro que o questionamento vai ser aquele: "nossa, estou ganhando R$ 20k e tenho renda passiva de R$ 10k, total R$ 30k. Teria eu coragem de abrir mão de 2/3 da minha renda e viver "só" com R$ 10k em troca de liberdade? Vou perder grana em troca de ficar ocioso dentro de casa?

O ponto é: se não nos planejarmos desde já para a independência financeira, simplesmente chegaremos lá e nada vai acontecer. Vamos continuar trabalhando e trabalhando buscando uma aposentadoria "mais segura", quem sabe aos 65 anos, e vivendo nossa vida quase toda como escravos do trabalho. Essas são as pessoas que costumam frequentar a "sala dos aposentados" das suas antigas empresas.

Quando falo em planejar, é algo mais estruturado mesmo, afinal é fácil pensar em coisas como: "ah vou sair do emprego e viajar o mundo". Será que eu gosto tanto assim de viajar para viver fazendo isso? "ah vou passar o dia lendo e assistindo séries". Será que existem tantos livros e séries assim de que eu goste? "ah eu vou abrir uma empresa de consultoria". Será que eu tenho aptidão e disposição para ser empreendedor e tenho know how suficiente na área de consultoria?

Sinceramente, vejo que se eu não começar a traçar desde já planos não financeiros para a independência financeira, atingir a IF será só uma formalidade. E digo mais, não basta definir o que fazer no "pós-IF" é preciso, antes de chegar lá, tentar degustar um pouco dessa vida que se projeta após a declaração de independência, a fim de testar se é realmente algo que agrada.

Que fique claro que não odeio meu trabalho e nem quero sair a todo custo, pelo contrário, em 70% do tempo eu gosto e tenho orgulho do que faço, mas a vida é muita curta (quando se passa dos 30 percebemos isso) e o mundo é muito grande pra ser ficar preso a um trabalho por 30, 40 anos.

Então, na próxima listinha de metas e objetivos para o ano novo, além de traçar as rotineiras metas de investimentos e aportes, também será o momento de começar a pensar nos planos não financeiros para a independência financeira, quem sabe testar fazer uma viagem mais longa para um lugar mais exótico ou mesmo testar novas atividades como escalada.

Abraços,

Ministro