terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Nova Emissão do GGRC11: Vale a Pena? Quais os Riscos?

Emissão do GGRC11


Caso você não conheça, o GGRRC11 é um Fundo Imobiliário de imóveis logísticos e industriais, relativamente recente (lançado no primeiro semestre de 2017) mas que já acumula patrimônio de mais de R$ 460 milhões e é atualmente um dos mais negociados da bolsa.

Uma das coisas que chama a atenção nesse fundo é a quantidade e diversificação dos imóveis: hoje o fundo é proprietário de 13 imóveis e, ao contrário de muitos outros FIIs que se concentram no eixo Rio-São Paulo, esses imóveis são espalhados em oito estados em diversas regiões do Brasil (PR, SC, SP, MT, GO, PB, MG e RS).

Outra informação importante acerca desse fundo é que todos os seus contratos são atípicos, isso quer dizer que são contratos de longa duração (vencimentos entre 2025 e 2033) e que preveem, caso o locatário rescinda o contrato, multa correspondente ao pagamento integral dos aluguéis de todo o contrato, garantindo assim mais proteção ao fundo.

Outro ponto positivo do fundo é sua gestão. Trata-se de um fundo de gestão ativa e, portanto, o tino imobiliário do gestor pode causar grande impacto, positivo ou negativo, no ativo. No caso do GGRC11 o impacto parece estar sendo positivo, pois a gestão do fundo demonstrou aptidão para negócios imobiliários: as alocações iniciais de recursos foram feitas rapidamente e, em out/2018, um dos imóveis foi alienado, sendo prontamente sucedido (em nov/2018) da aquisição de um novo imóvel nos mesmos moldes dos demais (Sale and Leaseback - explico o que é isso mais a frente - e contrato atípico).


A última distribuição de rendimentos foi de R$ 1,08 por cota e o preço atual da cota é de cerca de R$ 130,00 o que dá um Dividend Yeld de 0,8% a.m e de cerca de 10% a.a, um ótimo Yeld, entretanto no valor dessa distribuição ainda há  alguma coisa relacionada à recente alienação de um imóvel, de forma que um DY mais realista seria de algo em torno de 9% a.a, o que, ainda assim, é um excelente rendimento. Esse DY pode melhorar muito ainda se considerarmos o preço de aquisição da cota na emissão, que falaremos a seguir...

3ª EMISSÃO GGRC11


Em 03 de dezembro de 2018 foi aprovada em assembleia a 3ª emissão de cotas do GGRC11, num valor total de até R$ 300 milhões, portanto o fundo vai quase dobrar de tamanho, é uma emissão bem ousada!

Então vamos ao que interessa: hoje no mercado secundário a cota do GGRC11 está sendo negociada por volta de R$ 130,00, na emissão o preço da cota vai ser de R$ 116,70. Como geralmente acontece nas emissões em que há um desconto relevante em relação ao preço negociado no mercado secundário, espera-se que o preço de negociação desse ativo dê uma baixada, porém isso é só especulação. A verdade é que o preço da emissão parece bastante atrativo.

Importante: os atuais cotistas terão direito de preferência na aquisição de cotas nessa nova emissão, na proporção de 57,56% de sua participação. Eles devem divulgar mais detalhes acerca dessa continha na divulgação oficial da oferta de cotas.

O valor mínimo para entrar na emissão é o de R$ 1.167,00, correspondente a 10 cotas, exceto para os cotistas que exercerem seu direito de preferência, nesse caso não há valor mínimo. A oferta terá duração de 6 meses.

QUAIS OS RISCOS DO GGRC11

Emissão do GGRC11


Uma das principais características do GGRC11 é o modelo de negociação Sale and Leaseback adotado em todas as suas aquisições. Como isso funciona? Vamos a um exemplo.

Uma empresa industrial XYZ é proprietária de um grande galpão logístico onde funciona um de seus centros de distribuição. A empresa está precisando de capital para expandir seus negócios, mas as linhas de crédito que ela está conseguindo estão com juros muito altos.

Qual saída para empresa levantar capital? Ela chega para o Fundo Imobiliário e faz a seguinte proposta: "eu te vendo esse meu galpão logístico e alugo ele de você num contrato de longa duração, assim você já vai comprar um imóvel com um inquilino garantido"

Para o fundo é um bom negócio, pois compra um imóvel com um inquilino já garantido e para a empresa é um bom negócio pois ela recebe uma injeção de capital (referente à venda do imóvel) e os aluguéis que ela vai pagar para o fundo são menores que os juros bancários que ela pagaria caso pegasse um empréstimo.

Mas é justamente aí que está o maior risco do fundo!

Ao adotar esse tipo de contrato o fundo praticamente entra numa parceria com a empresa, pois o imóvel é totalmente personalizado para as necessidades daquela empresa. Então eventualmente se a empresa enfrentar dificuldades financeiras e começar a atrasar aluguéis o fundo ficará numa situação delicada, pois ruim com aluguéis atrasados, pior com a empresa falindo!

Além disso, se a empresa falir ou optar por rescindir o contrato (mesmo com as multas elevadas) o fundo pode ter alguma dificuldade para realocar os imóveis uma vez que, como citado, são imóveis totalmente personalizados para as necessidades de uma empresa específica, e localizados em áreas, por vezes, distantes de grandes centros comerciais.

Portanto nesse tipo de fundo a atuação do gestor é primordial, tanto no sentido de estar ligado no mercado imobiliário, mas também de estar próximo aos locatários tentando sempre alinhar os interesses deles com o interesse do fundo.

Importante destacar que os gestores sabem desses riscos e adotaram medidas para mitigá-los como a contratação de seguros, alienação fiduciária de ativos em garantia, e inserção de cláusulas de compra e venda do imóvel nos contratos. Porém, ainda assim é um risco que precisa ser considerado.

CONCLUSÃO


Esse é um fundo que vem crescendo muito e ganhando muito destaque ultimamente no mercado de fundos imobiliário. Eu particularmente gosto do fundo, tenho algumas cotas dele e pretendo comprar mais cotas nessa nova emissão. Obviamente que isso não se trata de uma recomendação, mas apenas a exposição da minha intenção de investimento.

Entretanto, é preciso estar ciente dos riscos envolvidos. Os contratos firmados até agora são muito vantajosos para o fundo, com cap rate elevado, porém é um ativo que ainda não passou por nenhuma provação mais desafiadora.

E você, vai entrar nessa emissão?

Abraços,

Senhor Ministro

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Palestra Motivacional é Melhor que Palestra "Desmotivacional"

Palestra Motivacional é Melhor que Palestra "Desmotivacional"

Eu vejo muita gente por aí que torce o nariz ou faz chacota com livros de autoajuda ou palestras motivacionais. Geralmente dizem que esse tipo de conteúdo é caça-níquel e que não tem efeitos práticos na vida.

Em parte eu posso até concordar, tem gente que usa os conteúdos motivacionais como uma forma de fuga, pessoas que se viciam em consumir esse tipo de conteúdo para viver a ilusão que está se tornando uma pessoa melhor, que está melhorando a sua vida, sem, contudo, colocar em execução qualquer projeto ou mudança de comportamento que efetivamente faça alguma diferença.

Entretanto, me parece irônico que tanta gente torça o nariz para conteúdos motivacionais mas, por outro lado, deem todos os ouvidos para conteúdos “desmotivacionais”. Na verdade eu até sei o motivo disso: as “palestras desmotivacionais” que ouvimos geralmente veem de pessoas próximas a nós, que, pelo menos em tese, querem o nosso bem, por isso exercem tanta influência na nossa vida.

Por exemplo, quando você começa a conversar de investimentos e independência financeira com alguém próximo (cônjuge, amigo, pais, parente, etc) essa pessoa pode dizer que “isso é besteira, tem que viver a vida, ninguém sabe o que vai acontecer amanhã, isso é pra quem tem muito dinheiro, etc”.

Ou então você decidiu investir num negócio online buscando ser uma autoridade em alguma área que você manja e quem sabe ganhar dinheiro com consultorias, mentorias, cursos, etc. Mais uma vez alguém próximo vai dizer: “esse negócio de ser "blogueiro" não dá dinheiro, já tem muita gente melhor que você fazendo isso, pra ensinar isso você precisa ter um pós-doutorado, etc”.

Ou você decidiu começar a praticar um esporte e, mais uma vez, pessoas próximas dizem: “você não tem porte físico pra esse esporte, esse esporte tem muita lesão, você nem tá ganhando dinheiro com isso, etc”.


Palestra Motivacional é Melhor que Palestra "Desmotivacional"




Eu podia dar inúmeros exemplos de “palestras desmotivacionais” que comumente ouvimos de amigos, cônjuges, pais, parentes, etc.

Por gostarmos dessas pessoas e acreditarmos que elas estão pensando no nosso bem, temos a tendência de dar muita importância a esse tipo de “conselho”, muito mais do que deveríamos. Porém poucas pessoas conseguem enxergar realmente o que acontece que é um choque de valores. Se você preza pelos valores “liberdade e independência” vai, invariavelmente, entrar em choque com uma pessoa que tem forte os valores “segurança e estabilidade”.

Então se um pai quer apoiar o filho a ser independente, empreendedor, ficar longe de concursos públicos, ou sequer fazer faculdade, e a mãe, por sua vez, quer que esse mesmo filho passe na melhor universidade pública e passe no melhor concurso público, para ter bom salário e estabilidade, o que está acontecendo ai é um choque de valores.

É por isso que um velho jargão do mundo de autoajuda faz tanto sentido:

NÃO LIGUE PARA A OPINIÃO DOS OUTROS!!!

Na prática não dá pra ignorar totalmente a opinião dos outros, principalmente de pessoas importantes, caso contrário seríamos apenas idiotas antissociais e egoístas. Porém, acima de tudo, precisamos buscar a nossa individualidade, de fazer o que acreditamos, mesmo que seja passando por cima ou ignorando a opinião de pessoas importantes.

Mesmo que não dê certo e aquela pessoa fale “viu só? Eu te avisei”, não importa! Se acreditamos em algo e se esse algo está alinhado com nossos valores e projetos de vida, vale o risco. Se não der certo, é aprendizado!

Nesses momentos, a opinião de pessoas que tem os mesmos valores que a gente, mesmo que seja um total desconhecido - como um autor de livros de autoajuda, um palestrante motivacional, alguém que você conheceu em uma conferência de negócios, ou alguns blogueiros com endereço blogspot.com - vale muito mais que a opinião da sua esposa(o), namorada(a), pais ou amigos.

Abraços,

Senhor Ministro

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Como Saber Se Uma Ação Está Cara ou Barata


Quando se trata de investimento em ações focado no longo prazo, o famoso Buy and Hold, existem duas correntes de pensamento: os que acham que o preço não importa e os que acham que o preço importa.

A primeira corrente prega que para nós, investidores individuais, não vale a pena se preocupar com o preço de uma ação, o foco deve ser integralmente nos fundamentos da empresa. A ideia é que se uma empresa for boa, e continuar boa, a melhor opção é ir aportado regularmente nela, sem se preocupar com o preço da ação pois, no longo prazo, a tendência é você estar sempre no lucro pois as compras nas baixas e altas vão se compensando.

A segunda corrente pensa mais ou menos parecido quanto a aportar em empresas que apresentem, e continuem apresentando, bons fundamentos porém há um elemento adicional: evitar aportar em empresas que, apesar de boas, estão com o valor da ação muito esticado, ou seja, estão muito caras. Adicionalmente, buscar empresas que estejam igualmente boas, porém com preço da ação atrativo, ou seja, estão baratas.

Eu respeito as duas correntes, porém me identifico mais com a segunda.

Mas afinal, como saber se uma ação está cara ou barata?

O leigo vai pensar inicialmente no valor absoluto da ação, então ele vai dizer que a OGXP3, cotada a R$ 1,71, está barata e que a ITUB3, cotada a R$ 30,00, está cara, porém sabemos que não funciona bem assim.

Uma ação é um pedaço de uma empresa, portanto o valor de uma ação vai depender basicamente de duas coisas: em quantos pedaços essa empresa está partida (quantidade de ações) e, principalmente, qual é o valor dessa empresa. Lembre-se que preço é o que você paga, valor é o que você leva.

Afinal, quem você acha que entrega mais valor, a OGX ou o Banco Itaú? A resposta é óbvia né, por isso faz todo sentido pagar mais caro pelas ações do Itaú, já que a probabilidade de a empresa continuar crescendo e/ou pagando dividendos é muito maior!

"Pode comprar que OGX está barata, menos de R$ 2,00"


Ok, mas como saber se a ação do Itaú está cara ou barata? É ai que está o X da questão!

A ciência que estuda isso é chamada de "valuation". Os especialistas em valuation utilizam modelo matemáticos para calcular o valor justo de uma ação. Se a ação estiver cotada abaixo do valor justo quer dizer que ele está descontada, e é uma boa opção de compra. Já se ela estiver cotada acima do valor justo, ele está muito esticada, devendo-se buscar outras opções de ações com maior margem de segurança.

Os métodos mais conhecidos de valuation são os feitos por fluxo de caixa descontado e por dividendos descontados, em que, basicamente, se estima um fluxo futuro de caixa ou dividendos e traz-se esses números a valor presente para compor o preço da ação. Falando assim parece simples mas são modelos avançados e que envolvem um elevado grau de subjetividade.

O método que eu mais gosto, e o mais simples, é o valuation comparativo por múltiplos. Um múltiplo é um indicador que compara o preço da ação com algum resultado relacionado à empresa. O múltiplo que eu mais gosto é o P/L que faz a relação entre o preço da ação e os lucros apresentados pela empresa. Basicamente o P/L diz em quantos anos eu vou recuperar meu investimento na empresa por meio da parte do lucro que eu "tenho direito".

Gosto de olhar o P/L histórico e comparar com empresas do mesmo setor a fim de identificar se a empresa que estou analisando está descontada ou esticada.

Logicamente que esse não é um método perfeito, ele pode apresentar algumas falhas, por exemplo: há empresas boas que embora operam com P/L alto, aparentemente caras, porém estão sempre crescendo mais e mais; há empresas com lucros não recorrentes que podem "mascarar" o P/L, empresas desacreditadas tendem a ter P/L baixo porém não necessariamente são oportunidades boas de compra, etc.

A verdade é que analisar uma ação unicamente pelos seus múltiplos, ou por qualquer outra forma de valuation, passa longe de ser garantia de sucesso. Uma boa análise envolve muitos outros critérios como ver se a empresa tem um histórico de lucros crescentes, ganho de market share, boa rentabilidade, endividamento controlado, boa gestão, geração de caixa, está inserida em um setor perene, tem uma diferencial competitivo, etc.

Fazer valuation, seja pelos métodos mais complexos ou pela análise de múltiplos, é um "plus" na análise, pode te ajudar a fazer melhores negócios ao comprar ações mais descontadas, porém não pode ser considerado, por si só, um critério suficiente de sucesso.

Abraços,

Senhor Ministro

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Retrospectiva 2018 Blog "Ministro do Investimento" (51 posts, 56 mil acessos, 1.008 comentários)



Fala pessoal, chegando o fim do ano e é hora de fazer a retrospectiva do blog!

No ano passado eu também a fiz (embora tivesse apenas 7 meses de blog) e esse ano é a primeira retrospectiva de um ano calendário completo!

A gente vai adquirindo experiência na blogosfera e vai vendo muitos blogs surgirem e logo desaparecerem, muitos blogueiros experientes desistindo ou desacelerando suas atividades online, assim como muitos outros surgindo e fazendo excelentes trabalhos.

É um constante desafio manter a criatividade e entregar conteúdo de valor aqui, mas é um desafio gratificante. De alzheimer "nóis" num morre!

Ainda quero ver esse blog crescendo muito mais, mas, principalmente, que continue sendo um guia pra mim e para outras pessoas no rumo da independência financeira!

Vamos aos números apurados então:

Artigos Publicados


> 2017: 30 artigos publicados (média de 4 por mês)
> 2018: 51 artigos publicados (média de 4 por mês)

Nesse aspecto os números foram constantes

Número de Visualizações


> 2017: 16.134 visualizações (média de 2.305 por mês, 77 por dia)
> 2018: 55.940 visualizações (média de 4.661 por mês, 153 por dia)

Nesse aspecto o crescimento foi significativo, incremento de 102% no número de visualizações/mês.

Número de Comentários


> 2017: 674 comentários (média de 22 por artigo)
> 2018: 1.008 comentários (média de 20 por artigo)

Aqui teve uma pequena queda, porém nada significativo.

Artigo Mais Visitado


> 2017: o artigo mais visitado era o "A Blogosfera Está Disseminando Uma Mentalidade de Pobreza" com 828 visualizações
> 2018: o artigo mais visitado do blog atualmente é o "As Melhores Ações do Setor Elétrico" com 5.513 visualizações

Artigo Mais Comentado


> 2017: o artigo mais comentado era o "A Blogosfera Está Disseminando Uma Mentalidade de Pobreza" com 39 comentários
> 2018: o artigo mais comentado atualmente é o "Depressão Pós Bitcoin" com 56 comentários

Origem dos Visitantes do Blog


Na posição atual, as principais fontes de tráfego do blog são:

1. Google
2. Finansferas
3. Viver de Construção (in memoriam)

Obs: em 2017 o Google era apenas a 9ª maior fonte de tráfego do blog, hoje ganha de lavada das outras.

Meu objetivo para 2019, assim como foi antes, é continuar escrevendo com regularidade artigos que agreguem valor e gerem boas discussões, e, claro, continuar usando o blog como uma ferramenta para alavancar a minha própria vida financeira.

Abraços,

Senhor Ministro

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Atualização Patrimonial Novembro/2018: R$ 280.046,70 (+ R$ 8.732,71) e Rentabilidade (+ 2,0%)



Fechadas as portas do mês de novembro e adentramos no fatídico último mês do ano. Eu gosto muito do mês de dezembro, é um mês que geralmente significa viagem, rever família e amigos, festividades, e principalmente somos acometidos por aquele clima de reflexão sobre o que fizemos no ano e o que pretendemos fazer no ano vindouro.

Ainda vou analisar bem as metas atingidas e não atingidas porém eu estou particularmente muito otimista com o ano de 2019, sinto que alguns projetos interessantes iniciados em esse ano poderão dar bons frutos no próximo ano. Estou otimista com o país como um todo também.

BENEFÍCIO DE TER SEMPRE ORÇAMENTO SOBRANDO


Nos últimos meses eu tive alguns gastos não recorrentes expressivos, principalmente com passagens aéreas. E pô, bate aquela sensação de se estar gastando demais e fugindo do orçamento, mas o bom de se acostumar a viver com um padrão abaixo do possível é que esses golpes são absorvidos com muita suavidade e no fim do mês lá está a conta cheia de bolsonaros prontos para serem investidos.

Ter rendas extras também gera sensação semelhante, embora eu ainda não esteja tão desenvolvido nesse sentido, é muito bom você projetar que tem uma quantia X, e de repente brotar um aluguel aqui, um rendimento ali, uma venda acolá. A sensação é de liberdade!

Afinal, muito mais do que felicidade, dinheiro compra liberdade!

BATENDO ÀS PORTAS DA META DO ANO


A meta que estabeleci de patrimônio para o ano foi alcançar os R$ 300 mil. No período eleitoral, no auge do "mau humor do mercado" (odeio analista que fala isso kkkk), essa cifra pareceu distante porém a luz no fim do túnel já está aparecendo e já estou conseguindo enxergar o atingimento dessa cifra. O que vai mudar na minha vida? Nada, porém é sempre bom atingir uma meta estabelecida, e continuar crescendo sempre. Mas isso é papo para um post específico sobre as metas do ano...

Vamos, sem mais delongas, a carteira do mês de novembro:

INVESTIMENTOS E RENTABILIDADE


Aporte: R$ 5.235,86

2 GGRC11, 100 CIEL3, 50 HAPV3, 100 KROT3, 15 MALL11

(ainda sobraram uns R$ 2k na conta da corretora, não contabilizado nesse fechamento, pois eu simplesmente não identifiquei uma boa oportunidade de alocação)

A bolsa, com o otimismo generalizado em relação à economia do país, esticou bastante. Temos muitos bons papéis porém com múltiplos muito altos. Talvez por isso eu tenha optado por investimentos um pouco mais ousados esse mês, notadamente Cielo e Kroton, duas gigantes que estão extremamente desacreditadas (e justamente por isso rodando a múltiplos muito baixos) mas que eu acredito ainda terem bala na agulha para entregar muito valor a seus acionistas no longo prazo.

Nos FIIs, GGRC11 tem se mostrado um ativo muito bem administrado e vai brindar os seus cotistas com um preço bem competitivo numa vindoura nova emissão. Já o MALL11 foi uma opção pra dar uma diversificada no setor de shoppings aproveitando que esse é um dos poucos FIIs de shopping com preço atrativo (tirando o FIGS11, mas isso por conta da RMG). O MALL11 hoje é um monoativo, tem um ótimo shopping em Maceió, e está em processo de emissão para adquirir mais ativos (o que é um grande receio dos investidores, de o fundo acabar comprando algum shopping meia boca).

A carteira ficou assim:


A rentabilidade dos investimentos foi a seguinte:


Ações, FIIs e títulos públicos subindo forte, sabe-se lá até quando! Inclusive notícias como essa me deixam um pouco preocupado, é o famoso "som dos violinos". Daqui a pouco o William Bonner tá falando de ações no Jornal Nacional, ai é sinal vermelho de alerta!

A carteira atual de ações e FIIs é a seguinte:

Quando peguei essa tela o mercado já estava aberto, as cotações podem divergir do fechamento

E é isso ai, que venha dezembro, que venha salário, que venha o que sobrou do 13º, que venha sei lá o que tiver por vir e que venha os R$ 300k.

P.S: eu vou tirar esse dinheiro da poupança, eu prometo!

Abraços

Senhor Ministro

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Para Lucrar na Bolsa é Preciso Nadar Contra a Maré (Comportamento Anticíclico)


Um dos principais gatilhos mentais a qual estamos sujeitos, inconscientemente, em nossas vidas chama-se "prova social". Ao tomarmos uma decisão, buscamos a confirmação se outras pessoas estão tomando a mesma decisão, afinal, quanto mais gente seguindo em um determinado caminho, maior a tendência de esse ser o caminho certo. Isso acontece no nosso inconsciente.

É por isso que se estamos num lugar desconhecido e queremos tomar um café, por não termos parâmetros anteriores para nos ajudar e por "praticidade mental", simplesmente optamos pela cafeteria que está mais lotada, já que se tem muita gente lá, quer dizer que o café deve ser muito bom. O mesmo acontece com a compra do frango assado pro almoço, perto da minha casa tem pelo menos uns 10 lugares que vendem frango, mas eu sempre tendo a achar que aquele que tem a maior fila é o melhor.

Porém, quando se trata de investimento em ações esse comportamento pode mais atrapalhar do que ajudar. Isso porque as grandes oportunidades na bolsa geralmente estão nos momentos anticíclicos, ou seja, quando todo mundo está dizendo que o Brasil vai quebrar, que o país não presta, que é melhor investir no exterior, etc. Vivemos um momento como esses há poucos meses e eu até escrevi um post afirmando que se alguém não acredita no Brasil, é melhor não investir na bolsa.

O mercado de capitais é um jogo de soma zero, para alguém ganhar, outro vai perder. É por isso que os grandes investidores tem no comportamento frio e racional o maior diferencial para sobreviver e se manter no lucro na bolsa de valores. Enquanto muitos vendem no pânico, os bons investidores aproveitam as oportunidades.

"Nossa minhas ações caíram 5%, vou vender pra não perder tudo!"


Falar é fácil, porém a grande massa de investidores só se sente confiante de investir em uma ação em, basicamente, duas hipóteses: ou se a ação está se valorizando ou se algum especialista/analista indicou a compra.

A primeira hipótese é falha uma vez que, no curto prazo, as ações podem oscilar sem necessariamente acompanhar uma visão de longo prazo dos fundamentos da empresa. Dois trimestres ruins podem derrubar a cotação de uma companhia, porém isso não significa muita coisa se estamos pensando em investimento para 10 anos ou mais.

A segunda hipótese também é falha uma vez que os analistas, embora possam ajudar a entender o mercado e até indicar algumas boas escolhas, tendem a optar pelo caminho da segurança, por indicar papéis que sejam bons para os investidores mas que, principalmente, não os comprometa (tem casa de análise boa apanhando até hoje por indicar Smiles, Multiplus e Wis). Isso quando não se trata de corretoras ou assessores de investimentos que só querem que o investidor gire patrimônio para pagar taxas de corretagem.

É como disse Warren Buffet: "Seja medroso quando os outros são gananciosos e seja ganancioso quando os outros estão com medo".

Abraços,

Senhor Ministro

P.S: tem sentido comparar Cielo com Forja Taurus? Sim, tem gente fazendo isso...

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

As Empresas Mais Endividadas da Bolsa

As Empresas Mais Endividadas da Bolsa

Atualização: Para escrever esse post extraí os dados do site Fundamentus, porém notei que alguns dados estão divergentes para algumas empresas, distorcendo as posições no ranking. O post foi editado para refletir os número reais. Peço perdão aos leitores pelo equívoco!

Se tem um sintoma de uma empresa estar ruim das pernas, eu diria que o nível de endividamento é o principal deles. Muita gente deixa pra considerar uma empresa ruim apenas se ela apresentar prejuízo, entretanto o alto nível de endividamento é um sintoma que precede o prejuízo, é o início do fim para muitas empresas.

Claro que um endividamento elevado, por si só, não pode ser levado em conta para avaliar uma empresa: existem empresas bastante alavancas, ou seja, que contraem muita dívida porém usam esses recursos para gerar receita em montante superior aos juros pagos pelos empréstimos e financiamentos. Porém, não deixa de ser uma informação bastante elucidadora.

Então, sem mais delongas, vamos ao ranking. Para aferir o grau de endividamento, existem alguns indicadores diferentes (Dívida Bruta/PL, Dívida Líquida, Dívida Líquida/EBITDA, etc), nesse caso eu usei o indicador Dívida Bruta/Patrimônio Líquido, que mostra a capacidade geral de uma companhia saldar suas dívidas (inclusive com a venda de ativos se for necessário).

#5 Marfrig (MFRG3)

Abrindo o ranking, em 5º lugar temos a Marfrig. A empresa atua na área de produção, processamento, industrialização, venda e distribuição de proteína animal (bovinos, ovinos e aves) e outros produtos alimentícios como empanados, pratos prontos, peixes, vegetais congelados, sobremesas, etc.

O patrimônio líquido da companhia é de R$ 2,2 bilhões e sua dívida chega a cifra de R$ 19 bilhões, uma relação Dívida/PL de 8,59.

E os resultados dela, adivinha só, são desanimadores: desde 2010 a empresa não sabe o que é ter um balanço anual com lucro, prejuízo atrás de prejuízo!

#4 Ecorodovidas (ECOR3)

Em 4º lugar temos a Ecorodovias, empresa que atua principalmente na concessão de rodovias. A companhia tem um patrimônio líquido de R$ 778 milhões e sua dívida chega a R$ 7,4 bilhões, uma relação de Dívida/PL de 9,55. Ou seja, a dívida da companhia é 9,55x maior que o seu PL.

Além disso, é uma companhia com resultados "errantes" e com gestores envolvidos na Operação Lava Jato.

#3 Julio Simões Logística - JSL (JSLG3)

A medalha de bronze fica com a JSL, uma empresa de transporte de carga e logística em geral. A companhia tem patrimônio líquido de R$ 1 bilhão e dívida de R$ 11 bilhões, uma relação Dívida/PL de 10,11.

Além disso os resultado da empresa também não animam, além de ter registrado prejuízo nos dois últimos anos, a sua margem líquida é tão baixa que qualquer espirro coloca a empresa no vermelho.

#3 Tecnosolo (TECN3)

A medalha de prata fica com a Tecnosolo, uma empresa de engenharia, que atua desde a concepção do projeto até a execução das obras. O patrimônio líquido da companhia é de R$ 2,7 milhões e sua dívida chega a R$ 34,4 milhões, uma relação Dívida/PL de 12,54.

Além disso, os resultados financeiros dessa empresa empolgam menos que a campanha presidencial do Henrique Meirelles, uma típica "micocap".

#1 Metalfrio (FRIO3)

E a grande campeã do endividamento é a Metalfrio, uma multinacional brasileira e atua na fabricação de equipamentos de refrigeração comercial. A companhia tem patrimônio líquido de R$ 64 milhões e dívida de R$ 925 milhões, uma relação Dívida/PL de 14,36.

Os resultados dela, como nos outros casos, decepcionam. A companhia teve prejuízo em 4 dos últimos 5 anos.

CONCLUSÃO

Como eu citei no início do texto, o indicador de endividamento, por si só, não é suficiente para afirmar se uma empresa é boa ou ruim, porém, como se percebeu pelos cases apresentados, um alto endividamento é um forte indicador de saúde financeira debilitada de uma companhia.

Não à toa (com exceção da Ecorodovias), não se vê muito esses papéis nas carteiras dos investidores de longo prazo.

A propósito, por que diabos as pessoas gostam dessa Ecorodovias?

Abraço

Senhor Ministro

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Guia Rápido Para Investir Certo no Tesouro Direto (Sem Frescura e Direto ao Ponto!)


Eu adoro falar de renda variável aqui no blog, porém não podemos ignorar que existe um negocinho chamado renda fixa e ela tem sua importância dentro de uma carteira de investimento de longo prazo.

Sim, existem pessoas que fazem all in em renda variável, uma estratégia que tem seus riscos, assim como tem pessoas que fazem all in em renda fixa (muitos apenas em poupança, como eu antigamente) que igualmente tem seus riscos (relacionados ao custo de oportunidade), porém penso que um mix entre essas duas categorias de investimento é o cenário perfeito, tanto no sentido de proteção como expansão do capital.

Dentro dos investimentos em renda fixa, temos poupança, LCI, LCA, debêntures, CDB, LC, COE (sim, essa porcaria é quase renda fixa), CRI, CRA, etc, porém acredito que o principal investimento em renda fixa são os títulos públicos, carinhosamente conhecidos como Tesouro Direto.

Dentro do Tesouro Direto, por sua vez, temos três tipos de títulos públicos: Tesouro IPCA+, Tesouro Prefixado e Tesouro Selic.

Vou explicar agora de forma rápida e prática como funcionam esses três tipos de títulos e qual a função de cada um deles dentro de uma carteira de investimentos.

Tesouro IPCA+

Nesse título seu dinheiro vai render a inflação + um percentual definido na hora do investimento. No cenário atual a inflação tá em torno de 4,5% a.a e o percentual do Tesouro IPCA tá uns 5% a.a (depende da data de vencimento do título). Se a inflação aumentar, seu dinheiro rende mais, se a inflação diminuir seu dinheiro rende menos. Esse tipo de título se caracteriza por ser de longo prazo, hoje, por exemplo, estão sendo negociados títulos com vencimento em 2024, 2035 e 2045.

Há também a opção de comprar Tesouro IPCA com juros semestrais, isso quer dizer que todo semestre vai cair na sua conta os rendimentos desse título, com o devido desconto do imposto de renda.

Vantagem: seu dinheiro vai estar protegido da inflação, ou seja, você sempre garantirá a inflação mais um troco por um longo período de tempo.

Desvantagem: se você resgatar o título antes do vencimento estará sujeito à marcação de mercado e pode perder dinheiro.

Orientação Prática: Coloque em Tesouro IPCA dinheiro que vai pra aposentadoria, por isso invista em títulos com data de vencimento próximas a quando você tem expectativa de se aposentar. Não invista em títulos com juros semestrais, pois a cada juros que é retirado do montante é um valor a menos para ser capitalizado para o longo prazo.

Tesouro Prefixado


Nesse título seu dinheiro vai render a uma taxa fixa determinada no momento do investimento, hoje essa taxa está entre 8%  a 10% a.a, dependendo do vencimento do título. Esse tipo de título se caracteriza por ser de médio prazo, atualmente estão sendo negociados com vencimento em 2021, 2025 e 2029. Assim como no TD IPCA, também há a opção de comprar Tesouro Prefixado com pagamento de juros semestrais.

Vantagem: se você conseguir pegar um TD Prefixado com uma rentabilidade interessante (acima de 10% pelo menos) terá a oportunidade de "travar" essa rentabilidade por alguns anos.

Desvantagem: se você resgatar o título antes do vencimento estará sujeito à marcação de mercado e pode perder dinheiro. Além disso, se a inflação subir muito, você sairá prejudicado pois sua rentabilidade está "travada" e pode até perder para a inflação.

Orientação prática: Coloque em Tesouro Prefixado um dinheiro que você não vai precisar no curto prazo, porém vislumbra utilizá-lo no médio prazo (para comprar um imóvel ou trocar de carro por exemplo), ou que tenha a expectativa de alocá-lo em outro tipo de investimento futuramente. Não invista em títulos com juros semestrais, pois cada juros que é retirado do montante é um valor a menos para ser capitalizado para o longo prazo.

Tesouro Selic

Nesse título seu dinheiro vai ter rendimento igual à Taxa Selic, que é definida pelo Banco Central em reuniões realizadas a cada 1 mês e meio mais ou menos. Hoje ela está em 6,5% a.a. Se a Taxa Selic subir seu dinheiro rende mais, se a Taxa Selic cair, seu dinheiro rende menos. A principal diferença desse título para os outros dois é que ele não sofre com a marcação a mercado, seu rendimento é praticamente linear, por isso você pode resgatar a qualquer momento sem medo de perder dinheiro.

O Tesouro Selic pode até ser considerado a "nova poupança", pois rende mais que a poupança, tem rendimento diário (rendimento da poupança é mensal) e tem liquidez quase diária.

Vantagem: o dinheiro rende mais que a poupança (mesmo considerando o desconto de imposto de renda) e pode ser resgatado a qualquer momento sem riscos de perdas.

Desvantagem: esse título tende a render menos que os outros títulos disponíveis no Tesouro Direto e outras opções disponíveis no mercado

Orientação Prática: Coloque em Tesouro Selic o dinheiro da reserva de emergência, ou seja, aquela grana que você não se importa de render um pouco menos, pois o mais importante é ter ela disponível em eventuais necessidade urgentes (ou quase urgentes).

Taxas e Impostos a Pagar

Ao investir em Tesouro Direto, você estará sujeito à uma única taxação, que é a tarifa de custódia da B3 (Bolsa de Valores) referente aos serviços de guarda dos títulos e às informações e movimentações dos saldos. Portanto, não importa por qual corretora ou banco você invista, sempre terá a taxa de custódia da B3. O valor dessa tarifa é de 0,3% ao ano em cima do seu saldo investido. A cobrança é feita semestralmente, debitada direto da sua conta.

Em relação aos impostos, quando do resgate do título você pagará imposto de renda sobre o rendimento auferido. A alíquota do imposto varia de 22,5% a 15%. Se você investir por mais de 2 anos já garante a alíquota mínima, e mesmo que o investimento for inferior a 2 anos, em qualquer cenário o rendimento do Tesouro Direto bate a poupança.

Se o seu banco ou corretora quiser cobrar mais alguma taxa, simplesmente diga que vai comprar cigarros e não volte mais.

Conclusão

Em mais ou menos 800 palavras, que demandam algo em torno de 6 ou 7 minutos de leitura, destrinchamos tudo que importa sobre investir no Tesouro Direto. Agora basta colocar em prática e ficar rico (ou morrer tentando!)

Abraços,

Senhor Ministro

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Ainda Vale a Pena Investir em Cielo (CIEL3)?


Uma das empresas mais faladas na bolsa neste ano de 2018 foi a CIELO. Outrora queridinha dos investidores, uma das empresas mais lucrativas da bolsa, a Cielo figura agora como um case negativo: a cotação de suas ações atingiu queda superior a 60% desde o início do ano.

Mesmo que você seja totalmente alheio à bolsa de valores, já deve ter percebido o motivo: há pouco tempo atrás, pagamento com cartão era sinônimo de maquininha da Cielo, hoje essa situação está cada vez menos frequente, agora pagamos com maquininhas da Stone, da Pagseguro, da Getnet, da Rede, etc.

A concorrência aumentou e está tomando o lugar da Cielo, para tanto foi utilizada a mais primitiva das estratégias de mercado: a guerra de preços. Com taxas e condições mais competitivas, os lojistas, principalmente o pequeno e médio, começaram a substituir a Cielo pelas novas concorrentes.

A Cielo até que tentou, investiu em maquininhas mais modernas e em campanhas de marketing mais agressivas, porém na prática a companhia vem apanhando do mercado, os resultados obtidos em 2018 estão em tendência descendente em relação ao ano anterior: apenas no 3T2018, o lucro líquido chegou a cair quase 30% em relação ao 3T2017. O seguinte trecho, extraído do relatório da própria Cielo, é bem elucidador:

"Importante destacar que o yield de receita líquida foi negativamente impactado pela menor receita de aluguel, e pelo menor preço praticado como reflexo de um cenário mais competitivo".

E agora o que todos se perguntam é se estamos diante de um caso em que a empresa perdeu fundamentos e devemos ficar longe dela, ou é um caso de desespero exagerado do mercado abrindo a oportunidade de comprar ações de uma ótima empresa por preço de banana.

Comprar porque está barato ou vender porque perdeu fundamentos?

O que é certo é que a Cielo como a conhecemos, com margens de lucro na casa dos 35%, vai mudar. O novo presidente da companhia já sinalizou que vai entrar forte na guerra de preços para, pelo menos no curto prazo, barrar o avanço dos concorrentes. Ou seja, podemos esperar para o 4T2018 e até para 2019 queda nos lucros. A Cielo parece querer mostrar que na guerra de preços é ela que tem mais condições de sobreviver, até pela pomposa reserva em caixa de mais de R$ 4 bilhões.

Outra notícia preocupa o setor como um todo: o Banco Central anunciou que pretende, até 2021, implantar um sistema de pagamentos instantâneos por meio de QR Code que representará uma alternativa mais barata para os lojistas, dispensando o uso das maquininhas e creditando instantaneamente o pagamento na conta do fornecedor. Ou seja, o filão de compras no cartão de débito está sob ameaça!

Entretanto, nem tudo é esse inferno todo, a Cielo ainda é líder de mercado, detendo mais da metade do volume total de pagamentos processados no país. Uma companhia com lucros bilionários, altíssima geração de caixa e com margens ainda na casa dos 30%. O ROE apesar de vir apresentando quedas constantes, ainda pode ser considerada muito satisfatório, cerca de 25%.

Portanto, a conclusão é que estamos diante de um ponto de inflexão, a Cielo finalmente desceu do salto e reconheceu que os "pequenos", como Stone e PagSeguro, podem sim ameaçar o seu reinado, e era isso que muitos investidores vinham cobrando há tempos. Ao que tudo indica, a Cielo vai entrar de cabeça na guerra. Porém, no curto prazo isso custará a diminuição de lucro, é o preço da sobrevivência. A partir desse ponto ou a Cielo toma atitudes concretas para esboçar uma reação no médio prazo, ou afunda de vez.

Dessa forma, estamos naquele momento em que os especialistas vão precificar a ação lá embaixo, pois a maioria só olha para o curto prazo, no entanto, caso a companhia consiga crescer novamente, estamos diante de uma das maiores pechinchas da bolsa!

E ai, você confia na capacidade da Cielo se reinventar e barrar o avanço da concorrência ou é um caso perdido? Comenta ai!

Abraço!

Senhor Ministro

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Ficar Rico é Fácil, Difícil é Ganhar Dinheiro Todo Dia


O post de hoje é fruto de uma inquietação que sinto e que foi muito bem verbalizada por uma pessoa que sigo no Instagram. Esse cara (que eu sigo) é um jovem empresário, tem 32 anos, donos de um grupo de umas 10 empresas, e o foco dele é falar sobre empreendedorismo. Apesar de falar muitas coisas interessantes sobre negócios, o cara tem uma vida meio de playboy ostentação, apesar disso gosto das coisas que ele fala.


Recentemente eu assisti a um dos stories em que ele fez a seguinte afirmação: "ficar rico é fácil, basta ganhar R$ 10 mil e economizar R$ 9 mil, depois de 20 anos você vai estar rico. O difícil é ganhar dinheiro todo dia, esse é o desafio".

Apesar de eu achar que o objetivo da frase foi levantar aquele velho debate "ser empregado x ser dono do negócio", minha abordagem sobre essa frase será um pouco diferente.

Simplificações grosseiras à parte, essa frase me levou a algumas reflexões relacionadas ao enorme risco de vivermos sob a condição de receber salário uma vez por mês de uma única fonte de renda. Mesmo para quem é empresário ou autônomo (talvez principalmente para esses), depender de um único tipo de produto ou serviço pra lhe dar renda também pode ser uma atitude deveras arriscadas.

Quando se investe no mercado financeiro, uma das premissas básicas é a diversificação, de forma a diluir o risco. Quem faz all in em algum investimento específico geralmente é taxado de louco e tem grande possibilidade de tomar ferro (e vimos alguns se dando muito mal com all in em criptomoedas recentemente).

O mesmo princípio deve ser aplicado às nossas vidas pessoais: é arriscado confiar em uma única fonte de renda. E se seu chefe for substituído e o novo chefe não gostar do seu perfil? E se o ramo de atuação da empresa passar por uma crise? E se surgir concorrência predatória? E se a regulação estatal inviabilizar o exercício de uma profissão? E se a sua principal fonte de clientes, redes sociais, por exemplo, restringir o seu alcance?

Servidores públicos tendem a estar numa situação mais confortável em relação a esse tipo de risco, no entanto não dá pra relaxar, as coisas podem mudar de uma hora pra outra, nada é garantido. Pra essa categoria, o maior risco que vejo é de congelamento salarial, fazendo com que a inflação corroa a renda.

Tem gente que nem gosta de pensar nisso para não perder a cabeça



Por isso que, há um tempo, eu me lancei o desafio de diversificar as fontes de renda, de "ganhar dinheiro todo dia". De início parece algo incompatível, já que o nosso trabalho principal nos ocupa durante todo o dia. Para algumas pessoas essa desculpa pode até ser procedente, pois são exigidas dentro e fora do horário de trabalho, porém, para a maioria, acredito que é plenamente possível conciliar uma renda paralela.

No começo a gente fica meio travado, pois nos acostumamos a "ser" a nossa profissão principal. Somos advogados, contadores, engenheiros, médicos. Mas a verdade é que isso não nos limita, as possibilidades são imensas. Esses dias mesmo estava conversando com um colega de profissão que manja dos "paranauê" de milhas aéreas e inclusive participa de grupos especializados nisso. Os caras têm todo tipo de técnica para ganhar mais milhas e alguns faturam muito bem com isso.

Nos últimos meses minhas rendas extras não foram tão relevantes frente ao meu salário, porém o importante é dar o primeiro passo, é pensar fora da caixa. Nesse período, além da minha renda principal, obtive renda de quatro outras fontes (sem considerar as aplicações financeiras), e pretendo ao longo dos próximos meses gerar ainda mais caixa e consolidar melhor uma ou outra fonte de renda que se mostraram mais promissoras. Isso sem falar na possibilidade de implementar novas fontes de renda, já que ideias não faltam, o difícil é executá-las.

As aplicações financeiras, por si só, não deixam de ser uma forma de diversificar a renda, porém estou me desafiando a fazer mais que isso.

E você já pensou nisso?

Abraços,

Senhor Ministro

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

A Triste Situação de Quem, Após 35 Anos de Trabalho, Não Pode se Aposentar

A Triste Situação de Quem, Após 35 Anos de Trabalho, Não Pode se Aposentar

Esses dias estava almoçando com um colega de trabalho, um senhor já com seus 60 anos, e ele fez um desabafo sobre a sua situação financeira. Esse senhor já atingiu todas as condições legais para se aposentar e mais importante, ele quer muito se aposentar. Mas se ele tem a faca e o queijo na mão, por que não se aposentar logo de uma vez por todas e curtir a vida com uma renda passiva garantida pelo governo?

Resposta: completo descontrole financeiro e familiar.

Descontrole financeiro pois nem ele nem a mulher (que segundo ele adora gastar dinheiro) nunca tiveram a consciência de poupar nada e chegaram à beira da aposentadoria sem reservas financeiras, confiando apenas na aposentadoria do governo.

A mulher chegou a se aposentar antes dele, e adivinha: só depois de "pendurar as chuteiras" ela descobriu o quanto o seu salário de aposentada era inferior ao salário de servidora pública ativa. E o pior: ela não consegue baixar o padrão de vida, continua gastando como antes.

Se não bastasse isso, o referido casal tem três filhos, os três ainda moram com os pais, cada um tem um carro, estudam em faculdade particulares e nenhum deles trabalha. Como se tudo isso não fosse suficiente, surgiu uma alta cobrança do governo relativa ao terreno em que ele mora, portanto mais uma despesa pra arcar.

Resultado: esse colega por mais que queira, e tenha direito, não pode se aposentar, pois ele conta com o salário integral dele (mais o abono permanência) para sustentar as despesas da casa. Caso ele se aposentasse a redução salarial inviabilizaria o seu modo de vida. Do jeito que ele me contou sobre sua situação financeira, suspeito que ele terá que ficar trabalhando até o limite de idade do serviço público, que é os 75 anos.

A Triste Situação de Quem, Após 35 Anos de Trabalho, Não Pode se Aposentar
Não esquece de bater o ponto vovô!
 
Fico imaginando o tamanho da frustração, após décadas de trabalho, não poder se aposentar por um questão puramente financeira. Será que se ele tivesse tido uma consciência de formação de patrimônio, construção de renda passiva e atingimento de independência financeira aos 30 ou 40 anos ele não estaria numa situação financeira bem melhor? E se ele tivesse começado aos 20?

O pior é que ele não teve consciência financeira nenhuma durante a vida e sua mulher e filhos seguiram no mesmo caminho, ou seja, desastre total.

E olhe que essa situação narrada reflete uma realidade de um servidor público, se fosse na iniciativa privada, muito dificilmente esse meu colega teria a opção de continuar trabalhando até os 75 anos, certamente seria demitido antes.

É por isso que a jornada de fazer aportes, construir patrimônio, obter renda passiva e lutar pela independência financeira não é uma luta só daqueles que querem se aposentar cedo, é uma luta que todos devem travar, mesmo aqueles que pretendem se aposentador aos 60/65 anos.

Não existe coisa pior que se dar conta que aos 60 anos de idade, depois de mais de 35 anos trabalhando, você não é nem nunca será independente financeiramente, que até o fim dos seus dias você dependerá da boa vontade de um empregador, de um governo, de ajuda de parentes, etc.

É por isso que a construção de patrimônio e busca da independência financeira deve ser um caminho trilhado desde cedo, de preferência antes dos 30 como destaquei nesse artigo,  porém, mesmo que você já tenha 30 e poucos ou 40 e poucos anos e não tenha iniciado essa jornada, comece desde já a construir a sua ponte para a liberdade, ainda dá tempo, não faça como esse meu colega de trabalho fez.

Muito além de comprar felicidade, o dinheiro compra, principalmente, liberdade!

Abraços,

Senhor Ministro

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Se Você Tem Menos de 30 Anos, Leia Isso...

jovem investidor

Em nossas vidas temos alguns marcos temporais interessantes, diria que o primeiro deles é quando completamos 18 anos e atingimos a maioridade: podemos dirigir, podemos ser presos, podemos consumir bebidas alcoólicas (até parece que não consumíamos antes kkk), mas sobretudo a vida dá uma reviravolta com o fim do longo período escolar (que se iniciou quando éramos crianças) e somos introduzidos à dura realidade que para ser alguém na vida precisamos ganhar dinheiro.

O outro marco igualmente interessante são os 30 anos completos, é quando, passada a euforia dos "20 e poucos anos" paramos pra fazer uma reflexão profunda sobre os caminhos que demos para a vida. É nesse momento que muita gente entra em desespero pois pensam "nossa, tenho 30 anos e não casei nem tenho filhos", "nossa, tenho 30 anos e não tenho um emprego decente", "nossa, tenho 30 anos e ainda moro com meus pais", mas uma das questões mais relevantes é:  

"Nossa, completei 30 anos de vida e não tenho um centavo guardado/investido".

Se isso aconteceu ou pode acontecer com você é motivo para se preocupar? Lógico!!!

Quando se trata de construir patrimônio, gerar renda passiva, atingir a independência financeira, temos uma equação muito simples que resume tudo: Aporte x Tempo x Rentabilidade. Só que nessa singela equação as variáveis "Aporte" e "Tempo" tem muito mais peso que a "Rentabilidade" (pelo menos na fase de acumulação de patrimônio).

Portanto, quem chega aos 30 anos sem um puto no bolso e quer atingir a IF, logicamente terá menos tempo para isso do que uma pessoa de 20 anos, por conseguinte terá que reforçar a variável "Aporte" para compensar a diminuição da variável "Tempo". "ah mas essa pessoa pode focar em ter uma rentabilidade acima da média pra recuperar o tempo perdido". Só se for montando uma empresa bem lucrativa ou algo do tipo, pois buscar rentabilidades astronômicas no mercado financeiro é o início do fracasso.

jovem investidor
Não precisa chorar

Por que estou falando isso? Para assustar aqueles que completaram 30 anos e estão endividados e sem patrimônio? Claro que não! É possível sim sair dessa situação e ainda atingir a IF, é só questão de ter consciência do estado atual e traçar uma rota para o estado desejado. Esse é papo para outro post.

A minha mensagem principal de hoje é para aqueles que estão nos seus 20 e poucos anos, curtindo a vida e deixando para depois esse papo de "aportar e investir". Mesmo que você ganhe pouco, comece agora! Fiz uma pequena simulação para demonstrar a importância de começar a aportar desde jovem, mesmo ganhando pouco, veja só:

jovem investidor

Para construir essa simulação utilizei uma taxa de aporte de 20% da renda, que é um valor completamente possível para um jovem com poucas despesas e responsabilidade (principalmente considerando que as pessoas estão cada vez mais prolongando a "estadia" na casa dos pais), e rentabilidade anual de 6,5% (atual rentabilidade do Tesouro Selic).

Veja que uma pessoa que faz esse esforço, que consegue adquirir essa disciplina de aportes e investimentos (sem muito sacrifício, diga-se de passagem), consegue, saindo do absoluto zero, chegar aos 30 anos com um patrimônio de R$ 80 mil. Nada mal. E repare nos salários que eu utilizei para fazer a simulação, nada astronômico, não é salário de executivo ou gerente sênior, salários normais e atingíveis.

Essa pessoa, além de iniciar a sua fase de "trintão" com um bom patrimônio, ganhará outra coisa de valor inestimável: disciplina e conhecimento. Depois de anos de aportes e investimentos, mesmo eventualmente aportando pouco, essa pessoa estará muito mais preparada e habituada a economizar e investir. No momento em que sua renda aumentar ela terá capacidade de aportar mais e saberá exatamente como investir esse dinheiro, aumentando significativamente a velocidade e intensidade da acumulação patrimonial.

Se você, assim como eu, já passou dos 30, certamente se arrepende de não ter tido essa consciência quando mais jovem. Eu particularmente me arrependo muito, e olha que meus salários foram bem maiores que esses que utilizei na simulação (muito embora tenho assumido responsabilidades bem mais cedo que a média dos jovens de hoje em dia).

Mas nunca é tarde, a melhor hora pra começar é agora, e se você é jovem, melhor ainda!

Abraços,

Senhor Ministro

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Atualização Patrimonial Outubro/2018 (De Volta Ao Azul!!!): R$ 271.313,99 (+R$ 16.626,54) e Rentabilidade (+ 6,16%)



Olá meus amigos e minhas amigas, como estão?

Finalmente acabou a tormenta das eleições, essa foi minha 5ª eleição presidencial em que estive na condição de cidadão apto a votar e foi, de longe, a mais traumática, nervosa, com ânimos acirrados, com um país arrasado, dividido, e clamando por mudanças. Acabou briguinha em rede social, e, principalmente, acabou a instabilidade político-econômica que estávamos atravessando, com reflexos diretos na bolsa de valores.

Consequência direta do fim desse período turbulento é a rentabilidade auferida esse mês, incríveis 6,16%, sensacional, já recuperou os 6 meses que fiquei com rentabilidade negativa esse ano!!!

O mercado agora está meio esquisito, muita oscilação especulativa, uma maré boa para trader, porém os investidores de longo prazo devem ter cuidado.

SAÚDE


Nenhum sucesso financeiro justifica um fracasso na saúde, então vamos a um breve relato:

Sigo firme no objetivo de melhora da saúde e da aparência. No início do ano meu % de gordura corporal estava em torno de 30% e estabeleci a meta de chegar aos 15% até o fim do ano. Infelizmente eu só consegui engrenar na dieta e exercícios físicos regulares de uns 3 ou 4 meses pra cá, porém os resultados tem sido satisfatórios: na última medição, realizada ontem, cheguei ao percentual de gordura corporal de 22%. Já enxergo uma possibilidade de alcançar algo em torno de 17% ou 18% ao fim do ano e tirar a blusa na praia sem culpa. Pra 2019 o tanquinho já é realidade kkk

INVESTIMENTOS


O aporte do mês foi: R$ 7.781,33

Mais uma vez aporte totalmente destinado a renda variável para aquisição dos seguintes papéis:

100 B3SA3
100 HAPV3
43 CIEL3
10 GGRC11
3 FIIB11

Eu já vinha namorando há um tempo com as ações da B3 e finalmente decidi me render a elas, é a única bolsa de valores no Brasil, e com a tendência de crescimento econômico do país a B3 só tem a ganhar, com mais IPOs e mais volume de negociações. A Hapvida é um plano de saúde com atuação focada no Nordeste direcionada ao público C e D, mas eles têm um diferencial gigante: a maior parte dos seus atendimentos são realizados em rede própria.  Nossa querida Cielo da massa está passando por momentos turbulentos, mas, no meu entendimento, a queda da cotação foi exagerada, resolvi comprar mais um punhadinho de ações para fechar o lote. GGRC e FIIB são FII logísticos e que, embora não estejam entre os DYs mais altos da bolsa, parecem oferecer fundamentos sólidos para o longo prazo.

Ainda ficou um dinheiro parado na conta corrente, pois depois das eleições o mercado ficou meio bagunçado. Vou esperar acalmar a euforia, e provavelmente colocar esse dinheiro provisoriamente num CDB de liquidez diária no Banco Inter.

CARTEIRA



RENTABILIDADE





Com a eleição do Bolsonaro e a expectativa de estabilização política e econômica do país, os títulos públicos dispararam incríveis 17,3%. As ações também subiram demais, rentabilidade de quase 10% no mês. Os FIIs, pela sua característica, tem menos volatilidade mas também subiram bem. Poupança e Fundo DI uma tristeza, devo em breve limar isso da carteira. Em relação às criptomoedas, só tristeza também, 31% de prejuízo acumulado e sem muitas perspectivas de crescimento, nem sei o que faço com isso, mas não tenho ânimo nenhum para ficar pesquisando sobre criptos.

RENDA VARIÁVEL

Minha carteira de ações e FIIs fechou o mês assim:


Maiores altas: SAPR11 (+24,6%), MDIA3 (+12,9%), KNRI11 (+12,9%), ITUB3 (+12,4%)

Maiores baixas: a única baixa do mês foi ABEV3 (-10,9%)

Proventos recebidos em 2018 até o momento: R$ 1.959,21

Por hoje é só! Abraço!

Senhor Ministro

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Jair Bolsonaro é o Novo Presidente do Brasil: O Que Podemos Esperar?

Jair Bolsonaro é o Novo Presidente do Brasil: O Que Podemos Esperar?
Depois de 16 anos de hegemonia do PT na política nacional, chegamos ao encerramento desse ciclo na história do país. Um ciclo marcado pela ascensão e queda econômica do Brasil, um ciclo marcado por políticas públicas assistencialistas, um ciclo marcado, principalmente, pelas mão sujas da corrupção, pelo declínio ético e moral da classe política, pelo total descrédito do povo brasileiro no futuro da nação.

Inicia-se agora um novo ciclo e, como tudo que é novo, traz consigo esperança e apreensão. Abandonamos o barco da esquerda e optamos por nos juntar às trincheiras da direita. Vejo muitas pessoas dizendo por ai que o "ódio e a intolerância venceram", besteira! O que venceu foi o fim do coitadismo, do vitimismo, o que venceu foi a crença que esse país pode ser grande e que o brasileiro pode ser um povo grande.

Não, o Brasil não tem 55% de fascistas, o Brasil tem, na verdade, 55% de pessoas que estão absolutamente fartas de corrupção, de obras inacabadas, de impostos exorbitantes, de governos grandes e ineficientes, de má gestão, de troca de favores espúrios.

Bolsonaro vai ser um grande gestor, paladino da ética e salvador da pátria? Lógico que não! Bolsonaro é cachorro velho na política, mas não podemos desmerecer a vitória numa eleição presidencial de um candidato de um partido pequeno, sem coligação, sem tempo de TV e sem fundo partidário. Que recado o povo brasileiro está dando? Alguns preferem achar que é o recado do "ódio", tudo bem, esses já estão cegos mesmo.

Acompanhei em grupos do Whatsapp e no Instagram muita baboseira do tipo "fascismo, homofobia, ditadura, violência, ódio", embora eu tenha evitado ao máximo participar desse tipo de discussão, sempre me chocou a incapacidade de algumas pessoas de fazer uma autorreflexão. O Brasil passou mais de uma década sendo roubado, a economia entrou no maior caos da história, levando milhões de pessoas ao desemprego, um bando de alienados se manifesta pra soltar da cadeia um bandido condenado, e o mesmo partido que causou isso tudo ainda quer se eleger novamente (inclusive lançando esse mesmo condenado como candidato), que país é esse? Não, ninguém quer o ódio, queremos é "mudar tudo isso que tá ai", como disse Cid Gomes: "acharam que eram donos do país, mas o Brasil não aceita ter dono".

Capas da The Economist de 2009 e 2016 mostram a ascensão e declínio do Brasil
Capas da The Economist de 2009 e 2016 mostram a ascensão e declínio do Brasil

Para o Brasil crescer novamente, o novo Presidente terá alguns grandes desafios pela frente. O primeiro deles é equilibrar as contas do governo: há 4 anos amargamos déficit fiscal, ou seja, o governo gasta mais do que arrecada (e olha que não arrecada pouco). Entre as principais despesas, e que só crescem como uma bola de neve, estão a previdência e os juros da dívida.

Nesse sentido o próprio candidato já afirmou que irá priorizar a reforma da previdência e a privatização de estatais (com o dinheiro das privatizações pode-se pagar parte da dívida). A diminuição de ministérios e a racionalização do tamanho do Estado também poderão ajudar a equilibrar as contas.

Também é preciso acabar com a farra de isenções fiscais. Na minha opinião não devia dar isenção fiscal pra ninguém, inclusive os estados e municípios deviam ser proibidos de fazer isso. Isso fere a competitividade entre as empresas. Se uma empresa quer se instalar num local A ou B, que o faça por questões estratégicas do negócio e não por estar recebendo incentivos fiscais. A base de uma economia livre é a livre concorrência, e os incentivos fiscais são uma afronta direta a isso. Porém, algo nesse sentido só seria possível com uma ampla reforma tributária.

Esses são apenas alguns dos grandes desafios que o país precisa enfrentar para se tornar uma grande nação. Existem outras questões como saúde, educação, segurança, etc, porém quando o país cresce, quando as pessoas tem emprego e renda, a vida das pessoas melhora em todos os aspectos, tanto do rico, da classe média como do pobre.

Sigamos em frente que está tudo apenas começando. Não existem salvadores da pátria, inclusive um do "parças" do Bolsonaro que vi dando entrevista é o Alberto Fraga, deputado pelo DF, um conhecido bandido da política. Portanto devemos estar sempre vigilantes, porém esperançosos que dias melhores virão para todos (homem, mulher, rico, pobre, gay, hétero, etc).

Abraços,

Senhor Ministro

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Descobri Que Não Vivemos Para Morrer



Recentemente dois posts de colegas da blogosfera chamaram a atenção: um do Sr. IF365, que relatou a sua decisão de pedir demissão do seu emprego em virtude de completo esgotamento físico e mental, e outro do AA40, que desabafou sobre como a sua rotina estressante de trabalho estava o afastando de sua família. Também lembro de o Investidor Precoce ter feitos relato semelhante há algum tempo. Isso tudo ainda sob a sombra do trágico falecimento do nosso colega VdC.

O que mais me "tocou" foi o relato do AA40 que, em determinado ponto, cita que, em virtude de todo o stress e infinitas demandas de trabalho, a relação com seu filho pequeno estava ficando distante. Me tocou porque eu também tenho uma filhinha de 1 ano e meio e sei o quanto "machuca" esse dilema de "mais tempo para curtir a família (x) trabalhar mais para ganhar mais e sustentar a família".

Na verdade, esse deve ser um dos maiores dilemas do mundo moderno, o mundo profissional invade cada vez mais o mundo pessoal, até chegar ao ponto em que é impossível equilibrar as duas coisas, um dos dois vai sobrepor o outro, às vezes de forma irreversível. Eu posso dizer que sou um afortunado pois tenho a oportunidade de ganhar muito bem e ter tempo suficiente para equilibrar de forma razoável essa equação "trabalho x família".

O que mais me motivou a escrever esse post foi um fato que aconteceu nesse último fim de semana. Fui a um casamento de uma amiga da Sra. Ministro, e rolou uma dança da noiva com o pai, aquela coisa de todo casamento. Só que os dois dançavam de forma bem carinhosa e descontraída e a Sra. Ministro me falou: "ela (a noiva) é louca pelo pai dela, só fala nele". Os pais da noiva são um casal de classe média baixa e ai eu pensei: "esse pai não precisou de muito dinheiro pra ter o amor/admiração/carinho de sua filha. Eu quero ganhar muito dinheiro, mas sobretudo, quero ter esse tipo de relação com minha filha".

Eu não vou me alongar muito acerca da importância de equilibrar a vida profissional/financeira e a pessoal/família, o BPM já escreveu um excelente artigo acerca disso. Quero na verdade compartilhar uma excelente música que me faz refletir muito sobre isso e sempre me emociona que é a "Ocean" do Alok.

A melodia é sensacional, a letra (e a história por trás dela) é incrível, mas o mais legal é o clipe, que é quase um curta-metragem que retrata bem o dilema "sucesso profissional x família". Em suma, o clipe retrata um cara (interpretado pelo Rodrigo Santoro) bem família que, porém, deixa a carreira e outras tentações mundanas sobrepor e deteriorar sua relação com a mulher, filho e o pai. Segue o clipe. Não deixa de assistir!:


Um trecho bem legal da letra é o seguinte:

"Wish I told you I loved you more
Maybe I was lost before
Showed affection to only gold
While the sunset made me cold
I won't complain no more
Doesn't matter if we're rich or poor
I found out that we don't live to die
(olha o título do post =D)
I know there is a reason why"


O mais interessante é a história por trás da música, que o próprio Alok conta nesse vídeo, que foi escrita em homenagem a uma menina de 12 anos de Maringá, que era muita fã dele e sonhava em conhecer o mar, porém faleceu precocemente em virtude de uma Leucemia.

A história toda se deu quando, em 2017, a menina ganhou uma viagem para um resort, no litoral catarinense, nessa ocasião ela viria a conhecer o mar. O gerente do hotel teve conhecimento da paixão da garota pelo DJ Alok e, em contato com a produção do artista, viabilizou um encontro entre os dois neste mesmo resort, naquele fim de semana.

No entanto a fã teve uma piora repentina, perdendo a visão inclusive, e precisou ser internada às pressas, não tendo condições de conhecer o artista (nem o mar) naquela ocasião. O DJ Alok se sensibilizou com a história e ao contatar a mãe da garota descobriu que a fã era uma criança de 12 anos que estava com graves problemas de saúde. Alok que estava na Colômbia fez questão de falar com a garota por telefone e prometeu encontrá-la assim que retornasse.

Durante a conversa ao telefone o DJ disse a ela que tudo ia ficar bem, que ela ia se recuperar, porém ela respondeu afirmando que estava tranquila, que não tinha medo do que ia acontecer. A garota veio a falecer naquela mesma semana, antes de ter a oportunidade de conhecer o seu ídolo e o mar. Toda essa história inspirou o Alok a escrever e compor a "Ocean".

CONCLUSÃO

Não sejamos hipócritas, nesse mundo moderno quem não tem dinheiro não é nada, o dinheiro nos dá acesso a uma infinidade de coisas boas, porém algumas coisas (como a família) nos definem como pessoa e a medida que nos distanciamos delas, nos distanciamos também de quem realmente somos.

Não devemos utilizar esse discurso como justificativa para fracassar ou desistir da nossa jornada de enriquecimento, porém é uma reflexão que sempre deve ser colocada à mesa.

Abraços,

Senhor Ministro

terça-feira, 23 de outubro de 2018

A Verdadeira Fórmula do Sucesso Financeiro

A Verdadeira Fórmula do Sucesso Financeiro


Na sua opinião, que ponto, financeiramente falando, você precisa alcançar para se considerar bem sucedido financeiramente? Ou melhor, vamos tornar isso menos pessoal: pense em quais são as características apresentadas pelas pessoas que você considera bem sucedidas financeiramente.

Num primeiro momento é normal pensarmos em pessoas que ostentam bens de luxo - como carros importados, grandes casas/apartamento e barcos -, pessoas que fazem viagens internacionais com regularidade, pessoas que são proprietárias de grandes empresas e/ou grandes marcas, pessoas que ocupam altos cargos em multinacionais, etc.

De fato essas pessoas se revestem de uma "casca" de sucesso financeiro e acabam influenciando uma infinidade de outras pessoas, principalmente os jovens, a buscar o mesmo nível de sucesso, porém a verdade é que é impossível mensurar se essas pessoas são, de fato, bem sucedidas financeiramente.

Será que aquele apartamento com vista pro mar e aquele carrão não foram sustentados por endividamento exorbitante? Será que apesar de todas as fotos de viagem no Instagram aquela pessoa dificilmente consegue verdadeiramente relaxar pois é ininterruptamente inundada por demandas de trabalho sem falar na preocupação de perder o emprego e não ter como sustentar a família? Será que aquele cargo executivo não vem às custas de sacrificar o tempo com a família e a saúde? A resposta para essas perguntas pode ser "sim" mas também pode ser "não".

A verdade é que quando somos jovens, nada disso importa, queremos ganhar bem e mostrar que ganhamos bem, não importa a que custo. Porém no longo prazo essa conta pode sair cara e algumas coisas que faziam sentido, já não farão mais, porém sair dessa ciranda pode não ser tão fácil.

É por isso que medir o sucesso financeiro apenas pelo que se vê é um enorme equívoco. Os verdadeiros elementos que definem o sucesso financeiro estão longe dos olhos das pessoas, e baseiam-se no atingimento de dois estágios de vida: a tranquilidade e a independência financeira.

A Verdadeira Fórmula do Sucesso Financeiro
 
A tranquilidade financeira é um ponto no qual dificilmente alguma emergência, fato não recorrente ou imprevisto financeiro, por maior que seja, vai tirar o seu sono. Um exemplo simples para ilustrarmos um pouco esse estágio de vida, é o seguinte: imagina se você, depois de anos de carreira, é executivo de uma grande empresa porém, em virtude de uma reestruturação, perde o seu cargo e passa a ganhar metade do seu antigo salário.

Para a maioria das pessoas isso significa tragédia financeira, mudança brusca de padrão de vida,  endividamento crescente, e possível falência financeira. Porém para quem atingiu a tranquilidade financeira, isso não vai ser uma preocupação tão grande, na prática, a vida vai seguir seu rumo normal e o cidadão terá tempo e tranquilidade para pensar em um eventual rearranjo de sua carreira. Mas como? a resposta é: renda passiva. A renda passiva do indivíduo é suficiente para cobrir o déficit (ou pelo menos parte dele) pela perda salarial.

Já a independência financeira é o estágio seguinte. É aquele ponto em que a renda passiva do indivíduo é suficiente para custear sua vida sem a dilapidação do seu patrimônio. Nesse ponto essa pessoa não depende financeiramente de mais ninguém: empresa, chefe ou governo. Nesse ponto a pessoa pode simplesmente optar por sair de uma multinacional e trabalhar meio expediente na praia alugando pranchas de surf, e sua vida financeira não será alterada. Nesse estágio da vida financeira, o governo pode anunciar o congelamento da aposentadoria por 50 anos, e a vida financeira da pessoa não será alterada.

Tranquilidade e independência, essas são as verdadeiras características do sucesso financeiro. É por isso que há casos de pessoas bem sucedidas financeiramente, mas que não aparentam ser, ao mesmo passo que temos pessoas com a vida financeira em frangalhos, mas que aparentam o sucesso.

É possível ser tranquilo e independente financeiramente morando num apartamento de 60m² e andando de Palio? Sim, é possível. É possível ser tranquilo e independente financeiramente morando num apartamento de frente pro mar e andando de BMW? Sim, também é possível. As expectativas de vida de cada pessoa são diferentes, assim como também será o tamanho da renda passiva necessária para atender a essas expectativas.

E para atingir esse sucesso financeiro que eu descrevi, no fim das contas, existe basicamente uma chave para acessá-lo: renda passiva (de preferência de fontes diversificadas e riscos gerenciados).

Você já parou pra pensar nisso?

Abraços,

Senhor Ministro